sexta-feira, 27 de maio de 2016

Morro das Antenas Jaraguá do Sul

Nas últimas semanas ouvi com maior frequência o nome Morro das Antenas, isto gerou uma certa curiosidade, não daquelas que vai pra internet pesquisar, deu a curiosidade de ir a campo, ver como é na real se o bicho pega de verdade. Após algumas informações com amigos, descobri que outro grupo também tava se organizando pra ir, juntamos as equipes Jedbike e Pedalfull e partimos pra charmosa Jaraguá do Sul. Partimos em uma dúzias de ciclistas eufóricos e daquele jeito, com sangue nos olhos. Demos uma paradinha pra reagrupar no posto em Guaramirim, e antes que o corpo esfriasse voltamos pra estrada. 

Chegando em Jaraguá do Sul, o morro estava encoberto pela serração, sorte a nossa, isso evita o sofrimento antecipado. 



No começo a subida é ruim e pesada, depois piora. Parei pra tirar a segunda pele, e deu uma crise de tosse, devido a gripe mal curada. Enquanto estabilizava a respiração a galera foi, achei que era o último, mas logo veio a Kiane e o Pierre. Fomos revezando no empurra pedala, tem trechos que é praticamente impossível pedalar. 










Chegamos na bela igreja Chiesetta Alpina, primeiro monumento à fé do imigrante do Brasil, inaugurada em novembro de 2014. Inspirada na milenar Igreja de São Simão Apóstolo, de Vallada Agordina, na província de Belluno, Itália, a Chiesetta é consagrada ao Cristo dos Alpes, unica do Brasil (fonte www.jaraguadosul.sc.gov.br/turismo-religioso), com localização privilegiada na encosta de 570 m acima do nível do mar, faz com que seus fiéis se sintam mais perto de Deus. 




Depois de uns suspiros de admiração do visual, seguimos cada vez mais pra cima, o pior trecho ainda pra percorrer, aqui filhinho chora e mamãe não vê. Cogitei em deixar a bike no mato e subir a pé, mas fui desencorajado quando vi pessoas descendo a montanha. O jeito era empurrar e cuidar pra não escorregar. 


Até mesmo com a bike parada tinha que manter freiada, senão ela voltava, e numa dessas paradas pra tomar água, ouvi um estalo, percebi que o cabo do freio dianteiro havia estourado. Continuei a subida pensando o que fazer pra arrumar, quando cheguei na antena, ponto mais alto da expedição tirei o cabo quebrado e tentei substituir com o cabo do câmbio dianteiro, depois que percebi que não são compatíveis, agora gerou o segundo problema o cabo do câmbio não passa no conduíte porque a ponte desfiou. Resumo sem freio e sem Marcha na frente. Abandonei a bike e fui curtir o visual deslumbrante. Estávamos acima da serração, local onde é feito salto de parapente e asa delta. Nesse local não cabe preocupações com problemas na bike.












Não teve jeito, o negócio é empurrar morro abaixo, o que se tornou uma tarefa mais difícil que a subida. Devido ao meu atraso o Ernandes voltou pra ver o que aconteceu. A galera foi tocando o bonde, ficou o Ernandes, Kiane, Ivonei, Alesandro, Pierre e eu. Minha alegria foi ouvir o som do motor da caminhonete do pessoal da empresa de Voo livre. Fiz eles parar e pedi carona até no pé do morro. Faltavam mais da metade da empreitada, foi a maior zueira quando a caminhonete parou e eu desembarquei da carroceria. Não sei o que foi mais radical, a subida ou a descida na carroceria, como estava solto parecia que o motorista entrava de lado nas curvas. 






Pedalamos uns bocados de metros e já achamos uma oficina pra arrumar o freio e o câmbio. O carinha cheio de vontade, mas tava meio perdido. Arrumou e na hora de pagar pah..... cadê minha carteira. Liguei pra patroa e constatei que havia esquecido em casa. O golpe da carteira funcionou, o Alessandro arrumou o dindin pra pagar o mecânico e também o rango logo mais adiante, pois as lombrigas já estavam praticando a selvageria canibal. 



Depois de tudo o cara da risada, mas foi a subida mais difícil que eu subi, fazia tempo que não empurrava a bike, emfim me sinto muito feliz por ter realizado este feito, subimos 896 metros acima do nível do mar. Tivemos a oportunidade de ver a cidade de Jaraguá do Sul por um ângulo diferente e é uma cidade linda. Nos desafiamos, sofremos, estou até agora com dores nas pernas. Mas faria tudo de novo, depois que me recuperar das fortes emoções vividas é claro. Apesar de ficar abaixo dos 100 km cheguei em casa com a sensação de ter pedalado 250. 

Abraços e até a próxima, depois que voltar a sentir a pernas.

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