sábado, 25 de abril de 2015

Garuva

Mais um pedalzinho matinal pra não enferrujar, o destino Garuva. Já no início do pedal me sentia aborrecido, o corpo dolorido e o estômago ruim, mas toquei assim mesmo pra ver até onde ia. O projeto inicial era seguir até a divisa de estado em Garuva, porém no decorrer da viagem resolvi parar no acesso principal e ficar no centro da cidade, 



Tomei um caldo de cana na barraquinha da rodoviária, e por pouco não voltou tudo. A indisposição me preocupava pois tinha todo caminho pra voltar. Tirei umas fotos no ponto G e me arrastei pra casa.





O retorno foi melhor que o esperado, dei uma paradinha rápida no Posto Rudnick pra pegar água gelada e pé na tábua pela estrada do Oeste e Estrada da Ilha por estas bandas a bike vai sozinha. Apesar de rodar 78 km parecia que tinha rodado 200, pelas dores no corpo que vem acompanhando uns dois dias acho que é gripe. Espero me recuperar o mais rápido possível porque dia 1º de Maio tem outro desafio.

Abraços e até a próxima aventura.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Vigoreli com meu Filho no Feriado

No feriado de Tiradentes, resolvi dar um presente pro meu filho. Nos seus 18 meses o mulequinho já demonstra interesse pelo mundo das bikes. Sempre que vou lavar ou fazer a manutenção ele já vem pro lado e meche em tudo, e mais adora andar de bicicleta,  quando para faz a maior choradeira. Então resolvi fazer um giro até a Vigoreli, saímos cedo pra não pegar muito calor. Já fiz uma outra aventura assim com a minha filha mais velha, na época ela estava com 4 anos (http://www.jedbike.com.br/2014/05/vila-da-gloria-com-gaby.html).






Com a mochila repleta de guloseimas infantis chegamos na praia e o João Pedro foi logo fazendo o seu lanchinho e depois foi brincar no parquinho, estava bem cansadinho e estava meio reinento, quando eu falava: vamos passear de bicicleta filho? ele respondia: "non, non papai". O retorno foi com várias paradas pra ele descansar. Não costumo fazer post de passeios assim, mas como era estreia do meu pequeno resolvi relatar, afinal foram 25 km ao lado do meu pequeno.





Espero que não tenha se assustado e continue gostando de bike. Abraços e até a próxima aventura.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Audax 400 km Balneário Camboriú

Quebrando a promessa feita no último Audax 300 km, de que não faria o 400, lá estava eu a caminho de Balneário Camboriú pra mais um desafio. Minha alta estima estava vivendo seus dias áureos. A empolgação era evidente e nem percebi a viagem de carro com meu irmão Lediel e sua família até a cidade de Barra Velha, onde dormiríamos e na madrugada seguinte partir direto pra BC no local da prova. O tempo limite do Audax 400 é de 27 horas. Durante a semana fiz e refiz minhas estratégias com o maior cuidado pra não se tornar uma "estragédia", planejei fazer em 24 horas. Apesar de ser minha primeira prova nesse nível me saí muito bem. Às vésperas do evento fui dormir às 23:30 horas sendo que o relógio despertaria às 01:30 hrs. Consegui dormir pouco mais de uma hora. Logo já acordei e fiquei revendo mentalmente os planos, os pontos de controles e o mapa da prova. Minha mente também me levou às provas anteriores, afinal em menos de um mês estava realizando o terceiro Audax. Dia 15/03 os 200 km em Joinville, dia 21/03 os 300 em BC e 11 e 12/04 os 400 também em BC.

 Foto José Carlos Lima
Foto José Carlos Lima

Chegando no local da largada tinha gente se aquecendo, acho que não teriam tempo pra isso nas próximas 27 horas hehe. A galera esta ansiosa pra pedalar, 55 malucos largaram às 03:00 da matina fazendo escarcéu acordando a vizinhança e a cachorrada. Seguimos em comboio até a BR 101 onde foi dada a largada oficialmente. Cada um seguiu um ritmo. Porém formou um pelotão bem coeso e subiu o Morro do Boi e seguiu assim até o primeiro PC em São José com 75 km, onde chegamos às 05:50 horas. Logo no início me juntei ao Cristiam, Alcione e Alírio, galerinha de Brusque. 
Foto de José Carlos Lima

Com o amigo Alcione de Bruxque.

Depois do Pc a galera de dispersou, mas nosso pelotinho continuou firme. Com as devidas panças abastecidas de melancia, banana, barra de cereal e outras gororobas que os ciclistas comem partimos para curtir um belo visual, a natureza nos presenteou com um espetacular nascer do sol em Biguaçu.




Alguns giros de pedal e deparamos com uma serração, poucos kilômetros a frente. De longe era possível ver a camada espessa de umidade, quando chegamos sentimos frio e logo a serração começou a molhar a roupa. 



Sorte nossa que a serração não durou muito. Passamos por ela e o tempo ficou limpo novamente. Fizemos a tradicional parada no caldo de cana, oferecido pela organização. Repomos energia e pé na tábua, porque o dia está só começando e neste ponto fechou 100 km. Ainda tem muito chão pra percorrer.


Depois desse pitstop o pneu traseiro da bike do Alcione começou a baixar, enchemos várias vezes, fomos enchendo tentando não trocar, até o PC 2 que era no mesmo local da largada. Feita a troca, fizemos um descanso e seguimos, neste local o Cesar se juntou a nós, o seu parceiro parou por causa de dores nos joelhos.








Do PC 2 até o PC 3 são aproximadamente 65 km e os problemas no pneu do Alcione continuaram, furou 4 vezes, detectamos o problema a fita de proteção do aro soltou e estava mascando a câmera e cortando. No PC 3 no posto Sinuelo o nosso grupo sofreu a primeira baixa, o nosso amigo decidiu parar por ali com receio de ter problemas quando estivesse mais longe. Foi uma pena, o cara pedala muito bem. Fechou com 215 km. Nesse local minha esposa estava me esperando ansiosa com as crianças e um mega pastelão de frango. 


Neste PC ficamos aproximadamente uma hora, chegamos às 14:30 horas, o sol estava muito quente, dava vontade de ficar mais, porém ficamos com medo de acabar gostando do descanso. O nosso próximo objetivo era o PC 4 em Garuva até lá fechariam 285 km. Mas antes teríamos que passar pela terrinha, Joinville, e fomos presenteados novamente, agora com um belo pôr do sol.



Confesso que esta cidade me seduziu tentadoramente. Estava a apenas 10 km do meu chuveiro e da minha cama, mas parei de pensar nestas coisas boas e me concentrei no pedal. Não quis correr o risco de ficar por ali. Quando chegamos em Garuva já estava escuro. Fizemos um lanche e descansamos a calçada do posto virou nossa cama, me deitei só pra dar uma esticada no esqueleto e logo me apaguei.




Eu (Jedson), Alírio e Cesar

O Alírio disse pra irmos na frente pois voltaria num ritmo mais tranquilo, então o pelotinho virou uma dupla, o Cesar estava de bike speed e eu de mtb não é fácil acompanhar esses carinhas. Desse ponto até o PC 5 no novo Posto Sinuelo o pedal fluiu muito bem. Como estava escuro não tínhamos muita referência, então era só pedalar e pedalar. O cansaço se evidenciou através de um silêncio constrangedor, em um momento falei pro Cesar que sempre que estava cansado ficava quieto, que não era pra estranhar, pra minha surpresa ele disse que também ficava assim. E seguimos assim até Araquari no PC 5. Lá minha esposa foi novamente me encontrar e levou uma quentinha e um farol que ela deixou recarregando a bateria. 



A calçada virou cama novamente, agora com uma esticadinha maior 35 minutos deitados no chão coloquei o relógio pra despertar pra não correr o risco de dormir demais. Eram meia noite quando saímos. Tínhamos tempo de sobra, ou seja 6 horas pra percorrer 65 km. Mas não podemos dar sorte ao azar e ficar com o tempo muito apertado, nunca sabemos o que pode ocorrer, condições não previstas podem comprometer a prova. Na entrada de Penha o negócio ficou cruel, quebrei o silêncio pra dizer que tinha que fazer uma parada, o sono pegou, por umas três vezes dormi em cima da bike, dava aqueles cochilos e acordava assustado, paramos em uma lanchonete do posto de gasolina, no local já tinha outros ciclistas parado, pra uma Coca Cola. Tomei uma bem gelada e baixei a cabeça na mesa e me apaguei novamente.

Foto CrazyBiker

Até agora não sei dizer o que estava pior, o frio da madrugada ou o sono, ambos estavam nos torturando. Na partida comprei uma água mega gelada que de tempo em tempo esguichava água gelada no rosto e também na cabeça, não me importava com o frio. Isso me dava um gás por uns metros e logo tinha que repetir a façanha. A briga com o sono seguiu até a linha de chegada. Em Itajaí o meu irmão passou por nós de carro, buzinando, isso me animou pois logo chegaria ao fim da empreitada. Enfim às 03:42 horas da manhã fria de domingo com 24:42 horas de prova finalizei a insana prova de Audax 400 km bem próximo do planejado. 

Foto Jânio Rossa

Foto de José Carlos Lima

Agradeço à Deus por ter me dado forças físicas e psicológicas, aos integrantes do pelotinho Alírio e Cesar, ao Alcione entendemos que cada um sabe até onde vai o seu limite e o importante é saber quando parar. Agradeço à minha grande apoiadora minha esposa que foi nos PCs 3 e 5, ao meu irmão que largou a cama e foi me buscar em Balneário, aos meus parceiros e patrocinadores Luiz do Super Econômico, Kezia da MK, Fernando da Pedal na Trilha (www.pedalnatrilha.com), Joviano da Rei das Baterias, Paulo do Supermercado Cesar, Fábio da Fagerflex (www.fagerflex.com.br e ao Claudio da Feirão de Frutos da Terra, ao Janio e Jose Carlos pela organização da prova.









 E a odisseia não termina aqui, ainda tem o Audax 600 km. Quem sabe.......

Abraços e até a próxima aventura.