terça-feira, 30 de agosto de 2016

Desafio Serra Limeira e Serra Graciosa Dia 1 de 2

Então, senhores, depois de muitas tentativa frustradas, depois de postergar por causa da chuva ou frio, saiu a louca trip pelas Serras Paranaenses, Serra da Limeira e Serra Graciosa, rodando 338 km de pedal. A viagem descrita a seguir nasceu nas mais insanas mentes humanas poluídas por pedais malucos, idealizada por mim e pelo Canela, executada pelo Jonas, Cleber, Canela e eu. Durante a semana fizemos uns contatos e acertamos os últimos detalhes para a cicloviagem, saímos de Joinville com destino a Garuva SC, depois a Serra da Limeira (estradão de chão 65km), saindo em Morretes  PR, depois subindo a Serra da Graciosa (Paralelepípedo) depois retornando a Morretes pra dormir na casa da vó do Cleber (197 km no primeiro dia). No domingo o retorno foi saída de Morretes, passando por Matinhos, Guaratuba (travessia de Ferry boat), Garuva e enfim a terrinha pedalando 141 km fechando os 338 km de pura diversão.





Saímos às 06:00 horas do Garten pra encontrar o Cleber lá pelas bandas de Pirabeiraba. Seguimos rumo norte pela BR 101 até Garuva a terra que produz os maiores côcos, de fibra é claro, conforme a imagem acima, enganando os ciclistas desavisados. Depois de fantasiar a quantidade de água de côco que um desses daria, o quarteto fantástico seguiu para a Estrada Limeira, logo no centro da cidade à esquerda. Poucos metros e acabam o asfalto, em seguida vem uma sequência de pedras soltas, poeira, estradão, propriedades rurais e algumas pequenas vilas. Num desses vilarejos paramos em um comercio pra comprar um refrigerante e tirar as roupas de inverno, o calor estava forte. 









O proprietário nos sugeriu um atalho, passando por um galpão de armazenagem de bananas, saímos numa ponte de arame, isto nos rendeu 5 km de pedalada subindo e descendo na poerenta estrada. Papo vai, papo vem, rodamos por belas paisagens chegando ao paraíso. Um outro vilarejo com uma lanchonete ao lado de um rio de águas cristalinas e congelantes, entramos na água pra relaxar um pouco. Mesmo com a temperatura corporal em alta, o choque foi grande, mas renovou as forças das maltratadas pernas de quem ousou entrar no rio. O Canela ficou com medinho e foi de bateira.
  









Nesse local não resistimos quando a simpática atendente da lanchonete disse que tinha X salada. Cada um pediu um, nos empanturramos no melhor X salada da viagem, a cada mordida um novo elogio. Depois seguimos nosso destino, pois o sol estava quente e nossas previsões de horário de chegada em Morretes já haviam sido comprometidas por causa de nossas insistentes paradas para apreciação da beleza local.






Vencemos a Serra e chegamos na Rodovia 277 num boteco a beira da rodovia fomos em busca da Coca Cola mais gelada que o modesto comércio dispunha, chamamos a atenção dos frequentadores locais ao nos perguntar a origem e o destino de nossa trip. Apesar da dificuldade da serra com pedras soltas, o App Strava nos deu a feliz informação, ficamos no Top 10 geral dessa serra, e nos quatro primeiros lugares esse ano, acho que não devia passar essas informações, logo um outro ciclista irá correr pra lá e tirar nossas conquistas. Mais 13 km já estaríamos em Morretes no centro histórico e poder almoçar no meio da tarde ao estilo de turista sem preocupação com horário.











Almoçamos e sem descansar o suficiente saímos pra mais um destino, já cansados pela Limeira ainda tinha o desafio da Graciosa cerca de 14 km de paralelepípedos. O caminho até a serra é cercado de belas paisagens, aliás a cidade de Morretes é assim. Paramos pra pegar água numa barraquinha de produtos regionais, enquanto uns ouviam as histórias do proprietário que havia subido a serra com uma Barra Circular de ferro outros pegaram uma sombra pra relaxar por um minuto.













A inclinação da serra é suave, porém o treme treme do paralelepípedo dificulta um pouco impedindo de ganhar velocidade maior. Como iniciamos a subida após as 16:40 horas, chegamos na fim da serra já estava escuro, o Canela passou mal o Barreado que ele comeu em Morretes estava quase voltando, mas o distinto guri não permitia que isto acontecesse, afinal não é todo dia que se come uma comida tão tradicional e regional como essa iguaria. Subimos juntos, o Cleber e o Jonas seguiram mais a diante. Quando chegamos no final da serra estava escuro e frio. Faltavam 5 km pra chegar na Rodovia BR 116 e o Pórtico de entrada da Cidade. Porém tomamos a decisão de não ir até lá, corríamos o risco de chegar lá e a visibilidade para fotos não ser ideal. E também o cansaço era evidente em cada um.





Não visitamos o local, mas retirei a foto a seguir da internet.


Descemos no escuro, trepidando serra a baixo até doer os braços. Paramos na padoca e enchemos várias sacolas com pão, queijo, mortadela, chineque de araque (não é bom igual o nosso) e sonho. Seguimos para a casa do vô do Cleber, o seu Zéca. Ele já estava preocupado com o netinho que estava demorando. O problema que pra chegar no local de descanso tem no caminho a Serra do Mar, sorte a nossa que subimos só 3 km da BR277, depois de um merecido banho nos empanturramos com sandubas, chineques e sonhos. Durante a noite acordei com um barulho, a princípio pensei que fosse os caminhões na estrada perto dali, mas depois constatei que era o ronsonar de um dos cansados ciclistas. O toque da alvorada foi dado por uma infeliz galo, que cantava insistentemente logo pela 05:00 horas da manhã, os roncadores nem ouviram a cantoria. Espero que este galo tenha um fim bem temperado dentro de uma panela. Às 07:00 horas o despertador oficial do nosso celular tocou, levantamos inzumbizados pra um café e depois arrumar as tralhas pra partir, o que aconteceu só próximo das 09:00 horas.


Terminamos a trip com 197 km rodados, 3420 metros em elevação acumulados,  cansados e com um senso de superação nas nuvens, afinal foi um baita pedal e ainda teria o retorno......

 Abraços e até o relato do segundo dia.