domingo, 19 de março de 2017

Bonde para o Pedal da Ovelha

Ocorreu no sábado a 2ª edição do Pedal da Ovelha, uma das atrações da XIX Festa Estadual da Ovelha em Campo Alegre. Como de costume, a Equipe Jedbike formou o tradicional bonde que saiu pedalando de Joinville para o evento, saímos da terrinha muito antes do desafinado cantar do galo. Seis ciclistas formaram o bonde (Canela, Leo, Valdecir, Vagner, Gustavo e Jed), enquanto o sexteto já pedalavam madrugada adentro, outros ainda tiravam os últimos cochilos antes de pegar o carro e partir, e outros fretaram a Van do Marcelo com reboque para as bikes.



Comendo uma batata, receita exclusiva, repositor natural de carboidratos.

Nos encontramos pela estrada com as businadas dos amigos, segundo a organização do evento 700 ciclistas inscritos aguardavam o horário da largada. Foi estipulado dois roteiros, o Pró (45 km) e o Light (22 km). Decidimos nos incorporar à turma dos 45, apesar de já ter rodado quase 70 km de casa até o evento.





Tive a honra de tirar uma selfie com o campeão Ricardo Pscheidt, atleta da Equipe Trek, muito querido pelos joinvilenses.
Mais uns minutos e foi dada a largada, fez a cidade parar literalmente, chamava a atenção a quantidade de ciclistas, onde a empolgação tomava conta de todos.



Saímos da região urbana e acessamos a área rural da cidade, cercada de belas paisagens e muitos morros pra escalar, sempre achei que conhecia Campo Alegre, mas esses eventos sempre me surpreendem com novos roteiros e desafios para pedalar e curtir a natureza. Tivemos pontos de apoio com frutas e água, e além dos batedores com quadriciclo, todo o percurso era sinalizado, impossível alguém se perder. 










Seguimos no sobe e desce da região e o tempo alterou, despencando a temperatura, fazendo com que os joinvilenses desacostumados com o frio quase congelasse, era fácil identificar quem morava em Campo Alegre, eles nem sentiram a diferença no tempo.







As belezas da Cachoeira Salto do Engenho causaram admiração na galera, inúmeros flachs comprovaram isso, e esse espetáculo da natureza fica apenas 8 km distantes do centro da cidade.
Às 11:30 horas retornamos ao local de partida e encerramos o pedal. Depois sobrou tempo pra curtir os atrativos da festa.


Minha esposa foi de carro com as crianças e nos encontrou lá, almoçamos no nosso restaurante favorito o Toca, e depois bate aquela preguiça, juntando com o frio, combinação perfeita pra procurar uma carona e voltar de carro, foi o que o Canela fez, ainda tentou convencer a galera a fazer o mesmo, saiu numa empreitada em busca dos amigos com lugar no carro e transbike, como não achou lugar pra todos, pagou um migué na turma e veio de carona com a minha esposa. Pra zueira da galera passou por nós na estrada e ainda gritou pra nós. Ele já foi melhorzinho nisso, em seus tempos áureos o cara não dispensava um pedal. Enquanto isso, o Edemir fez o contrário, deixou a carona da esposa e se juntou a nós num pedal de retorno até a city. 


O time de retorno foi o Vagner, Gustavo, Edemir e Jed. O cansaço era evidente, formamos duas duplas, o Vagner e o Edemir fizeram um ritmo mais forte, enquanto eu e o Gustavo fomos mais na maciota subindo e descendo a montanha russa da rodovia, paramos no tradicional tio do caldo de cana, dali pra frente são apenas duas subidas e já chega a serra, o corpo já começa a ficar animado. Retornamos para a estrada e ouvimos um buzinaço, e o carro parou no acostamento, era o Ivonei que emendou um churras depois do pedal e estava retornando pra Joinville com duas vagas no carro. Como o Vagner e o Edemir já estavam bem adiantados resolvemos aceitar a carona e malandramente "evitar a fadiga", no mirante alcançamos a dupla, avisamos que por força maior não poderíamos acompanha-los. O Ivonei ainda nos surpreendeu, quando achávamos que nossa carona iria acabar em Pirabeiraba, ele nos informou que nos levaria até nossas casas, como Gustavo e eu moramos perto, facilitou a vida do nosso nobre chofer. Dos 185 km propostos inicialmente no planejamento do bonde, percorri 150 km, também julgo necessário deixar neste relato que vim um trecho de carona mas o Canela veio mais hehehe. Abraços e até a próxima aventura.

terça-feira, 14 de março de 2017

Circuíto das Araucárias

Entre um pedal e outro, surgiu a ideia de conhecer o Circuíto das Araucárias, que abrange as cidades: São Bento do Sul, Corupá, Campo Alegre e Rio Negrinho. Eu e o Canela estávamos pra lá de empolgados, mas por várias vezes adiamos por conta do forte calar dos últimos meses. E no último sábado fizemos a louca trip. O Circuito das Araucárias é um circuito de cicloturismo que compreende as quatro cidades supra citadas, percorrendo estradas de chão pelo interior, fechando em 250 km. A cartilha do cicloturismo sugere fazer o traçado em pelo menos 4 dias, há uma sugestão também de 8 dias. Mas, como já conhecíamos várias partes do circuito, resolvemos encarar em um único dia.



Fomos de carro até São Bento do Sul, e às 05:00 horas da manhã partimos do ponto zero na Praça Getúlio Vargas, a ideia era sair mais cedo, mas como tinha o translado até lá complicou o horário de saída. 



A cidade dormia enquanto dois malucos percorriam as ruas em busca das placas indicativas, partimos para a Estrada Saraiva, este local era desconhecido pra nós, descemos na maior escuridão no meio da mata, algumas vezes apagamos o farol da bike pra ver o breu do local. Curtimos muito a estrada, e ainda admirados por não ter conhecido aquele lugar antes, Precisamos voltar lá durante o dia pra tirar umas fotos e curtir novamente as belezas.






Para nossa surpresa, depois de sobe e desce, a Estrada Saraiva terminou na igreja de Rio Natal, onde pegamos a direita e descemos até a bifurcação do Rio Mandioca, deixamos o Rio Natal e pegamos as morrebas do Rio Mandioca, num sobe e desce passando pelo trilho de trem e belas paisagens. 





Chegamos a uma bifurcação e não tinha placa, acessamos a estrada de baixo pelo nosso censo de direção, após percorrer uns três quilômetros e desconfiados da condição da estrada, resolvemos olhar na planilha digital no celular. Voltamos e perguntamos pra um rapaz que estava trabalhando no campo e ele falou que erramos o caminho, o interessante nessa estradinha é que garantimos nosso café da manhã, um cacho de banana madurinha cortado e deixado de canto. Comemos algumas e ainda bravos com a organização de deixar de sinalizar o local. Mais tarde em Corupá num ponto de carimbo de passaporte nos avisaram que muitas placas haviam sido roubadas e que a organização estava providenciando as placas faltantes. 







Retornamos ao trajeto e seguimos pela Estrada Rio Mandioca, atravessando a Rodovia BR 280, do outro lado começa uma subida e depois desce um bom trecho. na descida deu pau no freio da frente, justo na descida, tive que descer bem devagar só com o freio de trás. O nosso destino era passar pela Rota das Cachoeiras e chegar ao centro de Corupá, sorte a nossa que tem o Container Bike Shop, os carinhas deram aquele trato no freio e também regularam o traseiro. 


Depois do centro o roteiro segue para a subida do Rio Natal, ou parte dela, na primeira bifurcação segue a direita passando pelo Parque das Aves, um outro ponto de controle para carimbos do passaporte. Até chegar lá tem umas subidinhas de boa. O problema é depois, só subidão forte,  Até retornar para o Rio Natal.






Retornando ao Rio Natal sobe até o fina em São Bento do Sul, depois subimos a Serra do Gatz saindo no centro de Campo Alegre, onde tinha que juntar mais um carimbo pra coleção. Passamos na Cascatinha do Calçadão. 



Nos perdemos novamente, e voltamos pro trajeto, onde acessava o traçado original da Estrada Dona Francisca, local de belos sítios e araucárias. Nesta estrada de chão passei por uma pedra de ponta e estourou o pneu. Quando fomos fazer a troca da câmera, percebemos que deu treta, o pneu rasgou na lateral, tinha umas opções a ser analisada, acabar o pedal ali com 103 km, ir mais 15 km até o local do carro, sentar e chorar ou inventar um jeito de continuar. Mesmo com vontade de sentar e chorar, tivemos uma ideia que deixou o Chuck Norris e o McGyver deveras constrangido. Amarramos a câmera rasgada no pneu e tocamos o bonde.




Na verdade toquei mais 70 km desse jeito. Várias pessoas não se acreditavam no que viam. Tocamos assim na esperança que aguentasse, pois o roteiro do Circuíto se distanciava cada vez mais do carro. Seguimos agora para a Pousada Casa Antiga pra mais um carimbo e um breve descanso de uns 15 minutos. 




As várias cores da natureza.

Como não tinha café na pousada, recebemos orientação da atendente de na passagem de Bateias de Cima procurar o comercio no centro, lá encontraríamos um bom X Salada. O problema é que ela disse que ficava a uns 3 km. O que na verdade foram 8. Já com fome encontramos um pé de Araçá ao lado da estrada, só deixamos aquelas da ponta dos galhos altos, não sobrou nem pra remédio. Gosto de infância numa única árvore.


Chegamos em Bateias de Cima, enquanto esperava o lanche ser preparado, me sentei e apaguei, não sei quanto tempo levou, acordei com o Canela chutando o meu pé, e disse que o rango estava pronto. Comemos e depois recebemos uma orientação pra cortar caminho pela Rodovia de asfalto. Já estava ficando tarde e não achamos prudente dar sorte ao azar, Boicotamos o último trecho onde iria passar na Ponte de Pedra e seguir para Rio Negrinho, como passaríamos perto do carro, decidimos então terminar nosso pedal. Já tinha corrido muito risco com o pneu naquelas condições. Então fechamos a empreitada do dia com 175 km de muita subida e muitos lugares lindos. O meu App Strava deu problema e não marcou todo o percurso, me roubando 40 km. Usarei as informações do Canela, Altimetria acumulada 3887 metros, todo em estrada de chão. Foi uma loucura tentar fazer um Circuito de 4 dias em apenas 1. Foi ainda loucura maior continuar com o pneu rasgado por mais 70 km, não sei se foi persistência ou teimosia, só não poderia aceitar a situação sem tentar.  Hoje dou risadas lembrando tudo isso. Foi um excelente dia de pedal e um desafio pra não ser esquecido.

Abraços e até a próxima aventura.