domingo, 31 de janeiro de 2016

Rio Natal ao Contrário

A Estrada Rio Natal liga São Bento do Sul a Corupá, já tinha feito este pedal descendo para Corupá. No final do derradeiro ano, conversando com uns amigos, decidimos encarar o desafio ao contrário, resolvemos subir o tal do Rio Natal, o Fernando foi na esperança de encontrar um papai noel. O bom velhinho não deu as caras, pra desilusão do nosso amigo.
Madrugamos no pórtico da cidade. Antes de sair encontrei o Jeferson, o Fabiano e outro amigo que iriam fazer outro desafio, a volta do norte. Os caras mandam muito bem no pedal.
A galera chegou e percebemos a junção de duas equipes de ciclismo, a Jedbike e a Pedalfull. Da Jedbike estava o Fernando, Cleber, Eduardo e eu (Jedson) da Pedalfull o Jonas, Valdecir e Seu Domingos. 



Partimos num ritmo forte, até parecia que o desafio seria pequeno, mas depois percebemos que a loucura toda era porque o Eduardo e o Cleber queriam tomar café, por isso a pressa. Paramos no Posto Brudental em Guaramirim, um pouco antes o Jonas abortou o pedal por problemas pessoais.


Depois do café não tinha mais motivo pra pressa, mas a galera com a pança cheia e com energia de sobra, puxou forte, logo já estávamos em Xaraquá to Sur (no sotaque Fritz).




Depois chegamos na bela Corupá, paramos na padaria em frente a praça para comprar o almoço pra levar pra viagem. 


Depois das compras partimos pra parte boa da viagem. o Rio Natal, estradão de chão, com muita vegetação e som de pássaros.





O calor estava insuportável, o Eduardo foi com roupas de inverno, porque segundo ele, uma fonte segura lhe informou que em cima da serra a temperatura seria de 7º C. A galera pedalou na esperança de ter temperaturas mais amenas, mas o suor escorria pelas ventas e o calor só aumentava. Logo avistamos o morro da Igreja, com suas torres gêmeas emolduram as montanhas ao além.








No meio do nada encontramos uma bodega, invadimos o local, e já fomos pedindo a coca mais gelada que tinha no freezer, quebramos os pedaços de gelo pra sair pelo gargalo. A coca deu um gás a mais na trupe, perguntamos pro dono do bar se tinha muita subida, o cara respondeu sobe a vida toda. 





Depois de se refrescar a galera se animou, subimos muito e a beleza da paisagem era proporcional às subidas. Ouvimos o barulho do trem, fizemos sinal e o maquinista nos brindou com um buzinaço.












Achamos uma bica e reabastecemos as camaranholas, e as subidas não davam tréguas. Fomos até o final da Estrada Rio Natal, já em terras de São Bento do Sul, encontramos duas senhoras que pararam pra conversar conosco. A simpática senhora nos indicou o caminho a seguir. Ficaram surpresas quando souberam que nosso destino final era Joinville. Partimos para o bairro Centenário, e nos perdemos numas quebradas.











Depois de muito sobe e desce e de muitas paradas pra pedir informação, acertamos o caminho, e seguimos em direção à Campo Alegre, para nossa alegria. Um pouco antes da rodovia paramos num mercado, única opção na região, o dono do comércio também pedalava, então foi a maior festa. A atendente do setor de panificação, fatiou um pão caseiro e fez sanduíches pra galera, regado a uma garrafa de guaraná 3 litros. O adocicado refri desceu muito bem com o sanduba dos deuses. Com fome, tudo fica melhor. Sentamos na calçada e fizemos um lanche ao estilo aventureiro. Mais 7 km já adentramos em terras de Campo Alegre. 




A proximidade da cidade limite de Joinville animou a galera, agora renovados com o lanche, subia com sangue nos olhos. o Fernando teve problemas com a bike e ficou pra traz. Esperamos por ele no Pórtico, o tempo teve uma mudança radical, começou a ventar forte e sinal de trovoadas, a esperança de chuva foi logo desfeita, o vento espalhou a tempestade. Enquanto esperávamos o nosso amigo, nos deitamos na grama, eu tirei um cochilo. 





Reagrupamos e partimos, estavam todos ansiosos pela descida da serra, o que daria um bom descanso, 7 km sem precisar pedalar. Nos despedimos no viaduto de Pirabeiraba, cada um seguiu seu rumo. 


Cheguei em casa bem cansado, e tirei a prova real, que Rio Natal ao Contrário é bem mais difícil que no trajeto normal. Mas a sensação de realização é imensa. Agradeço aos parceiros que aceitaram o desafio. Espero que outros virão. Eu fechei com 177 km, outros que moram mais longes fizeram 190km. Mais um dia perfeito de pedal e parceria. Abraços e até a próxima aventura.