domingo, 25 de janeiro de 2015

Rio do Júlio ao Contrário

Se o Rio do Júlio já e desafiante, ao contrário então é pra tirar o coro dos moleques. O Valdecir Antônio já tinha me convidado e por três vezes foi adiado a excursão por causa das chuvas. Então combinamos de nos encontrar no sinaleiro da Piratuba às 04:00 horas da manhã. Isso mesmo, enquanto vocês dormiam alguns malucos pedalavam. Encontrei o Valdecir e o Clóvis e seguimos para o Vila Nova pra encontrar o Gilberto, o Clóvis ainda não conhecia, mais um amigo que o pedal proporciona. Ainda estava muito escuro e o único barulho que se ouvia era a cachorrada assustada com nossa presença. Confesso que estava esperando tanto por esse pedal que a noite nem consegui dormir direito, e isso me deixou preocupado, fazer um pedal mais técnico sem uma boa noite de sono pode comprometer os resultados da prova, mas enchi a cara de café ao sair de casa e isso ajudou a espantar o sono.

Foto de Valdecir Antônio

Seguimos até a cidade de Shcroeder, onde tomamos um café no posto Mimi, um local que acolhe os ciclistas da região. Até ali foi moleza, a região é bem plana, mas a moleza estava acabando, mais alguns km estaríamos aos pés do Gigante Rio do Júlio.

Foto de Valdecir Antonio

Abaixo a imponência da montanha que nos aguardava silenciosa e ameaçadoramente.





Chegamos ao pé da morreba e me veio uma frase na mente, coisa de filme de guerra, e mandei essa: "senhores aqui separam os homens dos meninos", veio bem a calhar pois logo começa a subida e sobe por 11 km. Suávamos feito porcos apesar de o lugar ser bem sombreado, a cada curva uma nova subida, enquanto o monte era escalado pedal a pedal.



A foto acima mostra a estrada que passamos. E ainda não subimos um terço do morro. Seguimos até o rio que passa no meio da estrada e desce formando uma cachoeira, foi uma parada pra fotos providencial pra recobrar o fôlego.

Foto de Valdecir Antonio






Mais algumas subidas, que parecia não ter fim, e chegamos ao topo, dali pra frente tínhamos uma certeza, ainda não chegou a descida mas teria um bom trecho alternado de subidas e descidas. A primeira etapa foi cumprida. 




Da esquerda pra direita: Valdecir, Jedson, Clóvis e Gilberto.

Segundo o Valdecir o pior tinha passado, não sei não. Acho que era muito otimismo. Subimos pacas e as descidas nunca eram proporcionais às subidas. Logo passamos pela velha igreja da colina, impossível passar sem subir a colina e tirar umas fotos. O lugar é lindo demais.






Pena que o período de floração das lindas Hortências já estava acabando. Mesmo assim o lugar é lindo. Após essa breve parada seguimos à procura de um lugar perto do rio pra fazer um lanche e também dar uns mergulhos.


O Gilberto foi o primeiro corajoso a entrar na água, apesar do calor que fazia, a água estava terrivelmente gelada, chegava a doer, parecia facas entrando no corpo, então fizemos um registro rápido e saímos pra almoçar. Pra quem quer se aventurar nessas bandas tem que ser auto suficiente em termos de alimentação, aqui não tem MC Donalds, então no nosso café da manhã no posto abastecemos nossas mochilas com sanduíches e Gatorades. O sobe e desce continuou sempre subindo mais do que descendo, até que algo tocou como música aos ouvidos desses ciclistas cansados e acabados, um som de carro nos revelou que a Rodovia estava próximo. Ali tivemos a grata certeza que o pior havia passado de verdade. Mais umas subidas agora no asfalto e logo viria a descida da serra Dona Francisca. 






O tiozinho do caldo de cana que fica no mirante da serra avacalhou com a gente, pois não foi trabalhar, o que nos deixou com sede e procuramos outro. Achamos um excelente caldo na primeira barraquinha. Após a ingestão desse bebida deliciosa largamos o freio e descambamos serra abaixo, coração à mil, não tinha movimento de carros o que tornou a descida mais segura. Na BR 101 nos despedimos do Gilberto, e o trio seguiu por dentro de Piracity. Próximo à Perini o Clóvis se desequilibrou e foi pro chão, bateu com força a perna nas catracas da bike. Escorria muito sangue do local, então chamamos o Samu e também a minha esposa pra resgatar a bike dele. Os dois chegaram juntos, enquanto o Clóvis era atendido foi submetido a fortes caimbras, a socorrista fez a limpeza do local e então vimos que os cortes foram superficiais, isto nos deixou um pouco mais calmos. Não precisaria ir pro hospital. Logo chegou o irmão dele com uma caminhonete e levou ele e a bike, como não precisou da carona da minha esposa, eu não resisti o transbike que estava vazio e acabei vindo de com ela, o Valdecir não quis carona e pedalou até em casa. Eu parei ali com 115 km, estava quase na linha de chegada mais 10 km e estava em casa. A piscininha das crianças estava cheia, não pensei duas vezes e fiz a única coisa que a piscina poderia me proporcionar, uma bela sentada.


Agradeço ao Valdecir por me convidar, ao Gilberto e ao Clóvis, desejo que o Clóvis se recupere logo. Pois quero pedalar mais vezes com esses caras que são feras nas subidas das montanhas e deixam os pedais mais divertidos. Agradeço a minha esposa por ir até o local do acidente. Foi um pedal desafiador, mas se fosse pra ser fácil ficaríamos em casa dormindo. 

Abraços e até a próxima aventura.


sábado, 17 de janeiro de 2015

Barra Velha

Com a alta das temperaturas nada melhor que ir pro litoral. Foi o que o Ernesto e eu fizemos, só que da melhor forma possível, de bike. Saímos às 06:00 horas de casa pra não pegar muito calor na estrada. Nosso destino, praia de Barra Velha. Ao sair de casa estranhei que ainda estava escuro pro horário, e me perguntei se não estava com o relógio adiantado. Quando o dia foi clareando percebemos que o dia seria nublado, o que poderia nos favorecer. Seguimos assim sem sol por todo o trajeto de ida.


Fizemos uma parada no novo Posto Sinuelo, só para dar uma esticada nas pernas,  tirar uma foto e decidimos seguir até o pedágio pra pegar a água e café 0800. 



Seguimos até a parada Havan com um transito de carros intenso, todos seguindo para o litoral. Mais uma parada pra foto e na saída o pneu traseiro da bike do Ernesto furou, ainda bem que estávamos na sombra. Fizemos um pit stop ao estilo de Fórmula 1, só que muito mais pra Barrichelo do que pra Lews Hamilton. Como até então a temperatura estava boa, o pedal fluía bem, elevando a média. Decidimos dar um pulo na praia pra mais umas fotinhos. Ao chegarmos na praia central ficamos admirados com a quantidade de banhistas. A areia estava lotada e a água idem. 






O retorno iniciou sem alterações, temperatura, céu nublado, mas não por muito tempo. Próximo da PRF o sol começou a trabalhar. E veio com tudo, elevando rapidamente a temperatura. O ritmo caiu, as forças minguaram e tocamos assim, com os pensamentos em casa, chuveiro, almoço, descanso. O termômetro marcando 40º C. mas a sensação térmica era como estivéssemos à beira de um vulcão em erupção. Do asfalto subia um vapor quente. Fizemos uma parada no Sinuelo pra pegar água gelada que em poucos minutos estava quente, e aproveitamos pra dar um reforço na alimentação comendo um salgado. Próximo à curva do arroz nos sentamos em uma tentadora sombra, e pudemos relaxar por alguns minutos. Mas logo o dever ou a vontade de chegar em casa nos chamou. Deixei o celular em modo de avião pra preservar a carga da bateria pra usar o aplicativo Strava. Quando cheguei em casa minha esposa tava quase mandando a polícia atrás de mim. Tinha 09 ligações perdidas. A preocupação dela era justamente o calor. No percurso ainda conversávamos sobre o quanto é bom sair e pedalar, mas o melhor ainda é voltar. Após o banho e almoço, uma esticada na cama pra relaxar a carcaça cansada. Porque fazer 116 km em baixo de 40º C não é pra qualquer ser com suas faculdades mentais em ordem. 

Abraços e até a próxima aventura, se as temperaturas derem uma trégua.