terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Campos do Quiriri

No ultimo sábado recebemos uma missão, subir os Campos do Quiriri, na vizinha Campo Alegre. Missão dada é missão cumprida, independente das condições climáticas. Acho que São Pedro está de zueira com os ciclistas, tem chovido com muito mais frequência de que gostaríamos. Quase a níveis inaceitáveis pra quem pratica atividade outdoor. Sem vontade de pedalar num rolo de treino dentro da sala, o jeito é enfrentar o mau tempo. O Wilson e o Canela tiveram a ideia de subir de carro até a base da montanha e de lá subir de bike. Então no ultimo sábado fizemos esta proeza. 


Já na largada no pórtico percebemos que o bom humor do Pedrão não estava em seus bons dias. Chovia muito e na esperança que na serra o tempo mudaria partimos em tres carros rumo a Campo Alegre. 





Nas cercanias da cidade vizinha o tempo deu uma trégua, parou de chover, para nossa alegria. Esperei muito por esta oportunidade de pedalar naquela região. Como não conhecia, precisava de um guia, sorte a nossa que o Wilson conhece tudo por lá. Deixamos os carros na casa de um tiozinho super simpático e conversador. Formamos a trupe Eduardo, Valdecir, Wilson, Alexsandra, Luciane, Jonatan e eu. Em conversa com o senhor que nos cedeu espaço pra estacionar, descobrimos que o local já pertencia ao Paraná na cidade de Tijucas do Sul, e que a medida que nos aproximávamos da montanha voltaria a Santa Catarina na cidade de Campo Alegre e quando atingissemos o ponto mais alto da expedição estaríamos com os pés na cidade de Garuva. Ficamos felizes com as surpresas da geografia do senhor. 




Apesar da chuva ter parado, uma serração forte pairava no ar. À medida que o grupo galgava em altura baixava a temperatura, quem diria que enfrentaríamos frio em pleno verão. 





Já nos primeiros morros sentimos um forte amor pela mesa do guidon, quase a beijamos pra evitar que a bike empinasse. E pra piorar a situação um trecho de barro vermelho grudento, que colava nos pneus e trancava as rodas, impossível de pedalar, tinha que parar e achar um graveto pra tirar o grude. Isso ocorreu na ida e na vinda, na descida não precisava nem frear a bike, ela quase não andava. 










Logo já se avistava a ultima subida a mais forte e então o Alto Quiriri. A neblina continuava impedindo de se ter a visão do vale e das montanha além. Mas isto deixava um ar de mistério. Colaborando ainda mais com o louco pensamento de retornar lá em um dia de sol.








 Lá de cima cada um imaginava como seria o relevo da região, de repente o vento soprou mais forte, desfazendo as nuvens e mostrando a silhueta da montanha no outro lado do vale. Tiramos umas fotos e em poucos minutos se fechou novamente. Ao nosso redor era possível avistar a nuvem se movendo, tão próximo que era possível senti-la, passei toda a minha infância acreditando que a nuvem era de algodão doce, quando chego perto dela vejo que fui enganado....




Depois de um lanche resolvemos tocar o barco pra frente, a aventura ainda não estava completa. Seguimos pela estrada umas centenas de metros e logo o Wilson sugeriu deixar a estrada principal e seguir por dentro de uma fazenda, jogamos as bikes por cima da cerca e seguimos uma estradinha que mais parecia um leito seco de rio, depois a estrada sumiu em meio a montes de estercos. 










Nesta saída de rua atingimos o ponto mais alto da expedição, 1400 metros, como o tempo estava muito fechado e o frio estava muito forte resolvemos descer, voltamos pra estrada e descemos até a entrada da fazenda Schineider, pra ver uns lagos de extração de caulin, descemos muito e não podemos ver os lagos, devido a visibilidade curta. Então o jeito é encarar as subidas e depois descer muito até onde o carro estava. 












Ao chegar no local um misto de satisfação e realização tomou conta da galera, um pedal de apenas 34 km mas com um grau de dificuldade muito grande. Valeu a pena encarar a montanha o lugar é lindo. Arrumamos as bikes sujismundas  nos carros, reforçamos o lanche e rumamos pra city. 





Agradeço ao Wilson e o Canela pelo convite, curti muito realizar este sonho, conhecer os Campos do Quiriri foi um prenúncio de que 2017 teremos muitas aventuras. Pretendo retornar em uma outra época do ano pra apreciar a paisagem. Quem sabe num frio próximo de zero grau. Ou não.

Abraços e até a próxima aventura.