sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Pedal Café em Schroeder

Quando pensei que o calendário ciclístico estava encerrado, o Cleber me fez o convite para um último pedal. Sexta feira com cara de sábado a galerinha se encontrou no pórtico pra fazer ir até Schroeder tomar café no Posto Mime e retornar. Isso que é gostar do café daquelas bandas. O clima estava muito quente, sem sol, apenas um mormaço e no caminho a subida da Serra das Duas Mamas, descendo a Serra do Canivete e depois subindo e descendo novamente.

O Sexteto Bruno, Fabiano, Itamar, Cleber, Alessandro e eu.

Fizemos um roteiro pela Estrada Aratacas e na Rodovia do Arroz posamos pra um selfie com uma cobra, sorte a nossa que a bichinha estava morta. 



Subimos a Serra Duas Mamas com muito calor, parecia uma estufa, quando chegamos no fim da subida, começou a chover. Deu aquela refrescada. Descemos até o posto já em Schroeder tomamos aquele café. E retornamos pelo mesmo caminho. Pra nosso desgosto a chuva passou e subimos a Serra do Canivete também com o forno ligado. 





A subida de Schroeder pra Joinville é mais curta, logo já a galera se reagrupou no topo pra curtir a descida. O calor continuava forte, todos estavam sujos, suados mas felizes. 


Finalizamos o pedal o meu foi o mais curto com 64,9 km. Agradeço a todos pela parceria, espero em 2017 nos encontrarmos em mais pedais legais. Desejo à todos um feliz ano novo e que o sonhos se realizem. Deixo um vídeo que resume um pouco de nossa trajetória em 2016. 


Abraços e até o ano que vem.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Djavú Volta do Norte ao Contrário

Ciclistas devem ser no mínimo objeto de estudos para antropólogos ou alguém que busque entender a mente de um ser que vai para um pedal difícil e desafiador e ainda vai com um sorriso na cara. Nestas condições fizemos a edição comemorativa da  Volta do Norte. Há um ano fizemos a primeira edição, durante o pedal propus para o grupo que quando fizesse aniversário faríamos uma edição no sentido contrário pra comemorar a façanha. A tal Volta do Norte é um pedal de muita dificuldade por sua altimetria, pra piorar, ainda fizemos no sentido contrário, ou seja, subimos bem mais que descemos. Apesar das previsões do tempo serem pouco favoráveis a este tipo de aventura, largamos lá pelas tantas da madrugada com os inzubizados ciclistas, Pimpão (precisou abortar por um compromisso com a família) Cleber, Clóvis, Daiane, Eduardo, Ivonei, Fabiano, Itamar, Maiko, Valdecir e Jed, saindo de Joinville, Guaramirim, Schroeder, Jaraguá do Sul, Corupá, São Bento do Sul, Campo Alegre e Joinville. Marcamos a saída no Pórtico às 04:00 horas, quando o Itamar estava perto do ponto de largada, lembrou que tinha esquecido a camaranhola, voltou em casa pra buscar, pra não atrasar muito a saída, retornou ao pórtico de carro, quando enfim saímos, eu pedalei mais ou menos 4 km e descobri que minha muchila tinha ficado no pórtico, retornei pra buscar e falei pra turma seguir até o posto no viaduto com a BR 280 o Valdecir, Clóvis e Cleber ficaram me esperando, quando alcancei eles a chuva deu o ar da graça, choveu pacas, enquanto o cara da previsão era excomungado, no site dizia que choveria somente a tarde, cogitamos a péssima ideia de abortar o pedal, porém sem o apoio da geral que queria por toda a lei cumprir o desafio. Nisso fura o pneu da minha bike, vindo a corroborar ainda mais com a ideia de fazer o pedal outro dia, no entanto a galera me desencorajou a desistir e resolvemos tocar o barco, pra nossa sorte, logo a chuva parou.





Com o término da chuva, vimos que foi bom não desistir, nossos atrasos com os esquecimentos e pneu furados já somavam uma hora e meia. assim atravessamos Jaraguá do Sul já com dia claro, chegamos em Corupá onde na frente da praça central tem uma panificadora muito peculiar, em anexo ao estabelecimento funciona uma rodoviária, bar, pararia, confeitaria e dizem por aí que o proprietário ainda quer incrementar as opções abrindo uma funerária. Depois de um café com o melhor empadão de frango regados a muita conversa deixamos o local e mais uns kms já estávamos no pé da serra.










Subimos até a cabana onde tem de tudo, bananas um pouco passadas de graça, caldo de cana e produtos coloniais, do local é possível avistar o paredão acima mais umas curvas e logo enfrentaremos a parte mais inclinada. 







Depois segue um sobe e desce, ou mais sobe do que desce. quase sem fim. Numa dessas subida o Valdecir conseguiu perseguir um filhote de tatu, o ciclista abandonou a bike, saltou a mureta rolou barranco abaixo e conseguiu pegar o bichinho antes que cavasse uma toca. Pra celebrar a caça bem sucedida tiramos várias fotos. 





E para os curiosos que quiserem aprender como pegar um tatu, o Valdecir deixou umas imagens como tutorial, vai ser bem útil para os interessados.


 

Depois das melecas, opa, quero dizer do sobe e desce, chegamos em São Bento do Sul, procuramos um local pra almoçar, pedimos informação em um hotel, que nos indicou um local refinado demais para nossos pobres bolsos. Descartamos a possibilidade de comer um Strudel e partimos pra praça onde encontramos um Food Truck que servia batatas recheadas. Por unanimidade todos decidiram provar a iguaria, pra felicidade do casal que atendia no local. 





Acho que a batata não fez bem pro Canela.


Depois uma lombeira generalizada tomou conta da geral, afetando também os mínimos traços de elegância do Maiko e Itamar, que descaradamente desfilaram pela praça ao traje de luta Greco Romana.


Depois uma foto no cartão postal da city e encaramos outras morrebas até chegar a rodovia, onde outros morros nos esperavam até a descida da serra. O sobe e desce seguiu por Campo Alegre, tornando o pedal ainda mais exaustivo, todos estavam ansiosos pela descida da Serra Dona Francisca.







Antes da serra o pneu infurável do Itamar recebeu um prego e furou, paramos pra ajudar e logo já estávamos na estrada. e emfim a tão esperada placa que anunciava a descida da serra chegou, trazendo muita alegria ao grupo. Descemos a serra e nos agrupamos no viaduto da br 101 pra nos despedir.





Eu segui direto pra casa mas soube que uns e outros fizeram um desvio pra aumentar a quilometragem, apesar de que o App Strava roubou 8 km da minha pedalada fechei com 194 km percorridos e 186 registrados pelo App.  A galera deu uma esticadinha pra quebrar os 200 km. Agradeço aos amigos que toparam este desafio, fiquei feliz em percorrer este roteiro com vocês onde escalamos mais de 3647 m em altimetria acumulada. Foi um ótimo pedal na cia de excelentes ciclistas. Abraços e até a próxima aventura.


domingo, 11 de dezembro de 2016

Morro do Amaral ou Lamaçal

Desligando todas as informações possíveis sobre previsão do tempo, resolvi encarar a aventura com o Grupo Pedal Sem Rotina, diversão garantida com sol ou chuva, partimos do pórtico em direção ao Morro do Amaral, lugar que ainda não conhecia. O roteiro consistia em visitar o tal Morro do Amaral, que não é morro, na verdade, fica no outro lado da Baía da Babitonga de frente pra o Espinheiros. Após o passeio na "praia" teria a subida do morro da antena, esse sim era morro e por último uma paradinha na padoka pra comer chineque. Programa originalmente joinvilense, bike, chuva e chineque. 






Já nos primeiros km's um furo de pneu, aconteceu em frente a um posto de gasolina, o que ajudou muito pra fazer a calibragem correta. Passamos no Mubi (Museu da Bicicleta) nosso orgulho, único na América Latina e seguimos para a zona sul. 



Durante a semana o Cemim (organizador do pedal) relatou umas histórias um tanto exóticas sobre o local, o que se confirmou com a nossa chegada ao referido lugar. Histórias de boi correndo atrás de ciclista e motoqueiro fazendo todo mundo parar pra tirar fotos embalaram a galera para o pedal na expectativa de que novas experiências acontecessem. Já na entrada do bairro a lama nos recebeu, sugiro alterar o nome do longínquo bairro de Morro do Amaral para Morro do Lamaçal, sorte a minha que a camisa que eu usava era da cor da lama, ou seja, cor de caca de neném. 





Emporcalhados e ainda assim com sorrisos na cara chegamos na prainha, um belo local com restaurantes, uma igreja e alguns bares desproporcional ao numero de habitantes, casas de moradores e pescadores. Apesar da sujeira valeu a pena pedalar até lá. Um dos caras no bar gritou se alguém queria fazer a travessia, como nosso roteiro era outro resolvemos deixar o serviço de barco pra um outro momento, mas eu me interessei com o serviço do prestativo bebum e fui falar com ele. De olhos vermelhos, com a voz enrolada ele disse: " sou eu ic que faço ic a travessia ic, pode ic me chamar ic a qualquer ic momento ic" senti muita segurança no transporte, colocar a bike numa bateira sem colete salva vidas pilotada por um cara bêbado era no mínimo viver a vida louca, ou viver perigosamente, descartei a possibilidade de me embrenhar pelo atalho hídrico e voltei pela estrada enlameada mesmo, chego em casa sujo, mas chego vivo pra contar a história. 













Retornamos pelo mesmo caminho até a entrada onde mais uns km's teria o tal morro da antena, paramos pra reagrupar ao lado de um bar, onde uma música melosa quase nos fazia chorar, uma senhora, também com cara de quem já tinha bebido acima do recomendado pra sua idade, veio nos perguntar se a corrida era pelo campeonato catarinense ou joinvilense, pagamos o maior migué pra mis bebum, e a cara de espanto quando falamos que era pelo brasileiro, saímos logo antes que a mentira fosse descoberta, dando rizadas da situação. Bem que o Cemim falou que o local era exótico. 
Nos aproximamos do morro da antena e por se tratar de uma propriedade particular o Rafa e o Cemim foram em busca da senhora proprietária do local e que mora bem na entrada do morro, para nossa falta de sorte a senhora não estava em casa, resolvemos só tirar fotos do local e voltar em um outro momento pra subir e ver a vista lá de cima.





Destaque da antena ao fundo.

Meio decepcionados por não subir na antena o Carlos conhecedor das redondezas propôs um atalho, um tanto enlameado mas muito divertido. Passando ao lado do trilho do trem, pra completar a diversão só faltou a passagem do trem. Saímos ao lado de uma igreja o padre estava chegando na hora, foi logo tirar foto com a turma imunda e ainda abençoou a galera, segundo uma das ciclistas o padre estava muito cheiroso. Mais engraçado foi o padre dizendo: "eu ouvi hein". 








A roupa preta do padre correu o risco de ficar marrom, esperamos que o simpático clérigo se sinta motivado a comprar uma bike e pedalar por aí. Continuamos pagando nossos pecados nas lamacentas  e desertas ruas subindo e descendo morros até que vimos sinais de civilização. 





Longe da lama passamos num posto de lavação, um simpático jovem estava lavando uma moto e perguntou se não queríamos que lavasse as bikes, aceitamos sem muita cerimônia. Em poucos minutos ele tirou toda a areia que tinha na corrente e relação. Deixou a bike limpinha contrastando com a sujeira das roupas e do rosto. Como tinha um compromisso me despedi da galera no bairro Itinga e segui carreira solo para casa. O pessoal seguiu até a padaria pra comer chineque. Faltando 10 km pra chegar em casa o pneu traseiro furou, após a troca fui encher e a bomba deu problema, o ar voltava, acho que o embolo da bomba ressecou, era impossível  de encher, não tive a sorte de furar em frente ao posto de gasolina, o negócio é empurrar, como o tempo estava escasso, fiz um disque esposa, meio a contragosto foi me buscar. 


Com o tempo que perdi tentando encher o pneu e esperando o socorro chegar dava pra comer uns quatro chineques com a galera, mas estes imprevistos acontecem. Finalizei o pedal com 56 km feliz por conhecer um cantinho novo da cidade em ótimas cias. Cheguei em casa tomei um banho rápido e e fui pro churras de encerramento do ano da Equipe Jedbike. Cheio de história pra contar pros amigos que correram da chuva. 

Abraços e até a próxima aventura, espero que seja sem lama.