terça-feira, 18 de abril de 2017

Bate e Volta Nova Trento

Sabadão, dia de pedalar. Durante a semana o Cemim do Pedal sem Rotina fez o convite pra fazer um bate e volta em Nova Trento, saindo de Joinville até o Santuário da Madre Paulina, indo pela BR 101 até Tijucas e retornado por Brusque. Estava louco pra fazer um longão,  ainda mais de 300 km que já tem um tempo que não fazia. Saímos as 03:00 horas da madrugada do pórtico em 10 ciclistas. Nove malucos e uma maluca representando o time feminino.

De pé: Wilson, Jed, Jean, Luciane, Cristian, Cássio. Agachados, Cemim, Canela, Vagner e Ivonei.

O breu da noite sendo rasgado pelos faróis das dez bikes, enquanto o silêncio era quebrado pelas risadas e conversas do decateto empolgado, desconfio que alguém tomou Redbull com café. 


O amanhecer do dia, já em terras Lusoitajaiense, trouxe também uns furinhos de pneus, uma saga pra testar a paciência de qualquer ciclista. Numa sequência de para e troca câmera que o Wilson já estava trocando sem usar espátula, tudo na unha. Nem as previsões mais pessimistas poderiam imaginar que esta série chegaria a onze pneus furados, isso mesmo, onze (11 ou XXI) só pra valorizar a situação, se é que se faz necessário. Nunca vi tanto furo em um único pedal. 









Teve furo solo e em dupla, mas o campeão dos furos foi o Ivonei, desconfio que ele carregava uns migueitos no bolso, só pra furar e fazer uma parada pra descanso. O cara furou quatro vezes, e merecidamente leva o troféu de "Rodinha de Ouro" da turma. 


Deixando um pouco de lado os furos e seguindo para o que viemos fazer, que era sentar a bunda no selim e pedalar, encaramos o Morro do Boi, só pra apreciar a vista durante a descida. Do outro lado do morro a bela praia de Itapema. 




No pedágio de Porto Belo, fizemos uma paradinha pra reagrupar, o pessoal se separou e perdemos o contato visual dos que vinham mais atras. uma coisa vinha na cabeça, furou algum pneu. Pra nossa sorte estávamos enganados. Filamos uns cafés no SAU do pedágio, enquanto o Canela tentava desesperadamente convencer a máquina que a moeda de 0,25 centavos era de 0,50 parecia um guri brincando no fliperama. Por fim o homem venceu a máquina e ele tomou o tão desejado chá. 




Mais uns furos a frente, ops quilômetros, chegamos em Tijucas, nossa esperança era sair da BR 101 e também deixar pra trás os cabelinhos de arames largados dos pneus de carros e caminhões. Mas a coletânia de pneus furados continuou, porém, com menor intensidade. 
Passamos pelas cidades Tijucas (sem furos). Já em Canelinha o Canela resolveu mostrar que o seu pneu não é a prova de furo,  a meia duzia de pedaladas da saída da cidade. 








Enquanto paramos providencialmente na sombra pra fazer, ou melhor, olhar o Canela trocar a câmera com todos os trocadilhos com o local, recebemos uma mensagem, o Cássio e o Ivonei ficaram pra trás e tiveram mais um furo, de quem? é claro do nosso campeão, detentor do recorde de furos. Aguardamos por eles e seguimos os últimos km's pra atingir nosso objetivo. 







Chegamos no Santuário eram 13:00 horas, a fome foi maior que a curiosidade de conhecer o local, fomos logo dar prejuízo no restaurante da esquina, comida boa e barato e ainda com um tira gosto de vinho produzido na região. Tirei o gosto repetidas vezes. 


Acho que alguém não leu a placa indicativa.

Depois com as panças cheias além da conta, fomos conhecer a igreja, como fica em cima da colina, resolvemos fazer pelo jeito mais fácil, nada de levar a bike nas costas pela escadaria, achamos uma passarela e acessamos a bela igreja.






Enquanto descansávamos à sombra, o Ivonei trocava a câmera, ultimo furo do dia. Pra nossa sorte os onze furos aconteceram na ida, agora tinha todo o retorno pra recuperar o tempo. Começamos fazer comparações com o Audax 300 que deve ser concluído em 20 horas, começamos a fazer as contas e desanimados achamos que não chegaria a tempo, nosso horário limite era às 00:00 horas, devido a distância ser um pouco mais que 300 km. E como já eram 15:30 da tarde o retorno seria forte, só não poderia ter furos. Logo depois das fotos  o Wilson começou a descida, sem tempo de receber o aviso que o Ivonei furou mais uma vez. Depois de resolvido o problema, descemos pensando em encontrar o Wilson pelo caminho, chegamos na SC 411 que dá acesso à Brusque e nada do distinto senhor. Tentamos ligar, mas em vão.



Resolvemos seguir viagem, pois nosso objetivo era chegar em Brusque e no caminho duas serras. Aos 195 km do dia atingi o ponto máximo da segunda serra, uma selfie pra registrar o momento e a cara de cansado misturada com a alegria de vencer a morreba.



Primeira ponte Estaiada do Brasil.


Deixamos Brusque pra trás, seguimos pela SC 486 que está em obras de duplicação, bem ruim pra transitar, muitos desvios, mas são ossos do progresso. Chegamos no trevo de Itajaí com os últimos raios de sol. E nada do Wilson. Paramos pra fazer um lanche no posto, outra parada programada seria no Sinuelo em Araquari. 





Na passagem por Piçarras o Canela ligou para o Kiko, um amigo que também pedala e estava passeando com a família por lá, sigilosamente convenceu o Canela a ficar na casa deles. Não faz assim Kiko, tá colocando o guri no mal caminho. Foi só falar que tinha café, que ele desertou no primeiro trevo da city. A baixo a foto do elemento responsável pela deserção.


A baixa deixou a galera quieta, sentimos a falta do Canela que conhece tudo por ali, mas tinha um longo trecho pela frente. E tudo isso acontecendo sem saber do paradeiro do Wilson. A Luciane tinha esperanças de encontrar o marido perdido no posto Sinuelo. Chegando em Araquari, ele não estava lá, fizemos um último lanche e quando a galera estava saindo, ouvimos um grito da rodovia, ela disse eu conheço esse grito, era o Wilson que apareceu, procurou por nós, porém pegou a rodovia errada, foi pela SC 108. A Lu quase chorou hehe. Esperamos o Wilson comer alguma coisa e partimos para os últimos 35 km. Confesso que até ali não senti o cansaço, parecia que estava em um pedal bem menor. No entanto do Sinuelo até o Pórtico de Joinville, o sono pegou, as forças já não eram as mesmas. 




Um brinde de suco de uva ao Cemim pelo convite e organização deste belo pedal.

Chegamos em Joinville eram 22:55 com quase 20 horas de viagem e sem nenhum pneu furado no retorno, até estranhamos isso. Devido ao longo tempo em cima das bikes, uma crise generalizada de câimbras atingiu a geral, a foto prova isso.




Fechamos o pedal com média acima dos 22 km/h e com total de 322 km, menos o Canela que fez 270 km hehe, não podia perder essa oportunidade de zuar com o amigo. Agradeço ao Cemim e a todos que participaram desta louca trip.

Abraços e até a próxima aventura e espero que não tenha pneus furados.