domingo, 20 de agosto de 2017

Guamiranga e Barra Velha

Depois de uma sequência de pedais pelas serras, decidi fazer um pedal com menos altimetria, convidei uns amigos para ir para as bandas de Guamiranga em Guaramirim, depois São João do Iteperiú e Barra Velha. Marcamos o encontro no pórtico às 06:00 horas de matina. Cheguei lá e logo a galera foi chegando, na verdade tinha três grupos de pedais, cada um para o seu roteiro. Tiramos uma foto todos juntos, e também uma do nosso bonde. 




O grupo formado por Luciane, eu, Canela, Kiko e Cláudio. Era pra ser maior, mas o Wilson ficou doente e o Fernando teve problemas com a bike, quebrou a corrente logo que saiu de casa. 

Imagem meramente criadas em nossas mentes depois que o Fernandão ligou avisando que quebrou a bicicleta.

O quinteto se despediu dos demais e seguiu a rodovia até o Poço Grande, onde pegamos a estrada de chão. 



Fomos direto para a Praça Serafim Jose dos Santos que abriga uma figueira centenária enorme, seus galhos tomam conta de todo a praça, na verdade descobrimos através do Canela que soube de uma fonte segura que quem plantou essa figueira foi nosso amigo Wilson o dito cujo que faltou no pedal, agora rebatizamos a praça em homenagem ao nosso amigo.







Depois partimos pra encher a barriga numa padaria ao lado da ponte, e seguimos em busca do Salto do Guamiranga que fica alguns giros de pedais dali.








Outro objetivo a ser perseguido era a balsa tracionada a arroz e feijão, o balseiro puxa uma alavanca com catraca e faz a travessia, ao chegar no local fomos informados que não estava operando, então deveríamos fazer o retorno e passar pela ponte de arame, segundo moradores da região um caminhão com excesso de peso causou um acidente durante a semana.






Retornamos uns 6 km e atravessamos a ponte de arame pra pegar a estrada Bananal do Sul, e seguir com a empreitada, do outro lado do rio as belas paisagens continuam porém a estrada se afasta do rio.




Em determinado ponto da estrada passamos por um ponte nova e logo depois uma bifurcação, pedi informação em uma casa, e seguimos, no entanto,  pegamos a primeira rua ao invés da segunda que retorna para as margens do rio. Essa estrada nos levou ao nosso objetivo, porém, levou pela Rodovia SC 415, a qual, queríamos era evitá-la. Estrada asfaltada com acostamento ruim. Passamos no centro de São João de Itaperiú, e chegamos novamente na BR 101.





Mais umas pedaladas e chegamos na Havan de Barra Velha, almoçamos no Subway e partimos pela rodovia em direção à Joinville, mas antes umas fotinhos da estátua da liberdade, nos sentimos nas gringas, nossa linda bandeira tremulando ao sabor do vento, contrastando com a estátua ao fundo.



Já apontando nossos narizes pra nossas casas, seguimos com mais sorte do que juízo, o comum vento contra da região estava soprando na diagonal, que pra nossa alegria não atrapalhava nem um pouco, paramos no Sinuelo pra repor as águas, e partimos ansiosos pra chegar em casa. 


Na entrada do Nova Brasília o Kiko se despediu, o quarteto seguiu até o pórtico pra encerrar oficialmente o pedal, raramente retornamos até o local de saída, mas fizemos a foto oficial. 


Agradeço ao pessoal pela parceria, certos que fizemos um excelente pedal em um roteiro cheios de belas paisagens. Fechei com 160 km. Chequei em casa e fui pro aniversário da minha sobrinha, comer uns brigadeiros na faixa é uma boa pedida pós pedal. Abraços e até a próxima aventura.


segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Rio do Júlio Subida e Descida

Com um olho no tempo e outro no Zap, a galera se perguntava se o pedal sabatino iria rolar, ou nós é que rolaríamos na cama. Na dúvida preparamos tudo, já acostumados a ser enganados pelos sites de previsões de tempo, nos preparamos meio desconfiados. À contra gosto, às quatro da matina vimos que a chuva insistia em cair e não tinha previsões otimistas de parar, pelo menos pensamos assim. Decidimos adiar em uma hora a saída da trip. Trip esta idealizada pelo amigo Canela, a louca ideia do cara, subir a Serrinha das Duas Mamas, subir o Rio do Julio até a rodovia e voltar pelo mesmo caminho. Surge um segundo problema, além do tempo, o dito cujo que idealizou o desafio deu pra traz. Nos deixou na maior cilada. Mas como a chuva deu uma ligeira trégua resolvemos partir para o pórtico antes que outros também desistissem. Fechamos um quarteto, eu Itamar, Valdecir e Ivonei. Às 06:30 horas partimos.


Ainda com as caras e as roupas limpas, ultima foto em boas condições higiênicas do dia. Foi só rodar uma meia dúzia de quilômetros que alcançamos a Rodovia do Arroz com seu acostamento muito sujo, emporcalhando nossa farda. Mas quem liga pra isso, o sol estava prestes a sair, ou não.



Saímos do asfalto em direção à Duas Mamas, o terreno molhado prendia o pneu, ali já percebemos que seria dureza. Dos 156 km do pedal, pelo menos, 92 seriam por este tipo de terreno. Bom pra quem desistiu e ficou na cama. O objetivo era parar o mínimo possível e somente o necessário. Fizemos paradinhas pra reagrupar no topo do serra e depois no Mime pra abastecimento e provisão de lanches para o percurso. 


Depois do café seguimos para o cerne do pedal, Rio do Júlio é tão bom que já fiz 4 vezes esse ano, como esse pedal é ida e vinda, vale por dois, então são 6 vezes. E logo já vimos os paredões que tanto nos fascinam. Só que desta vez as máquinas de fumaça estavam ligadas, belo efeito para um pano de fundo.



Começamos as subidas, num primeiro momento lembramos do Canela, que estava perdendo a diversão, enquanto era feita a subida achamos umas pegadas meio suspeitas, prova que algum animal passou por ali durante a noite, dada a quantidade de pegadas, a noitada da bicharada foi boa.




Incertos de qual animal pertencia a pegada, seguimos cogitando encontrar uma onça parda já bem alimentada repousando em uma sombra. Pra nossa sorte isso foi apenas um devaneio momentâneo, talvez por causa do ar rarefeito da serra. Abandonamos os sonhos loucos e selvagens e seguimos morro acima. 
Nesta altura do pedal as lembranças do Canela já não eram tão amistosas assim, ao Canela a cama e a nós a lama. Mal sabe ele que vamos cobrar essa, tá devendo esse pedal hein. Depois de algumas curvas, suor, lama, começamos a ouvir vozes, sinal que não éramos os únicos loucos na região, ou seriam algum tribal canibal? Curiosos, seguimos as vozes e algumas risadas entrecortadas pelo barulho do rio que despencava serra abaixo, encontramos o Jocilei de Guaratuba sua esposa Ana, o Marcelo e mais uma turma pra passar o perrengue juntos, subiram o Rio do Júlio e desceram o Rio do Manso. Após os cumprimentos e abraços sorridentes com a feliz coincidência desejamos a todos um bom pedal e seguimos.





Seguimos num misto de lama e alguns trechos a estrada estava boa, mas muito pesada. Quando Chegamos na rodovia fazia muito frio, a serração estava baixa, fizemos um lanche, e antes que o corpo esfriasse partimos para o retorno, voltar tudo o que subimos, só que este sentido não é só descida, os primeiros km's são de sobe e desce. 



Fizemos uma tocada só, logo começou a descida de quase 11 km, justo na descida, um animal preto sai correndo do mato e tenta atravessar a estrada, bate na roda da minha bike, ele meio atordoado procura se escapar e acaba esbarrando na bike do Itamar, quase caímos, sem tempo de identificar ou tirar foto o bicho se embrenhou no mato, um dizia que era um Gambá, outro que era um Texugo ou Guaxinin Preto, ficou a dúvida do animal mas a certeza de que estivemos perto de descer a serra rolando. Isso fez com que os pensamentos homicidas a respeito do nosso amigo retornassem, isso seria a abertura do Cidade Alerta e capa dos maires jornais da região. Mas seguimos em frente, trêmulos e mais ligados do que nunca. Retornamos para a cidade, e logo a civilização apaziguou os delírios primitivos com um belo asfalto, reatamos a amizade com o Canela e até esquecemos que ele nos colocou nessa enrascada. Novamente o Posto Mime, e reforçamos o lanche, e energia pra subir a última morreba do dia, a Serrinha Canivete e depois descer a Serrinha Duas Mamas. 

Essa cara de acabado, não são sardas, é sujeira mesmo.

Partimos para a ultima escalada e já era possível sentir o cheirinho do café lá de casa. Aí acaba o asfalto e começa a estradinha de chão, pré serra, sobe muito pra então começar a subida. Tivemos uma recaída geral, "aqueles pensamentos" retornaram. Subimos em modo letárgico, eu pelo menos, sem preocupação com tempo de subida, fiquei feliz por chegar lá em cima sem descer da bike. Depois vem a descida, com terreno molhado todo cuidado é pouco. Tão logo quanto possível acessamos a Rodovia do Arroz pra voltar novamente aos ares urbanos. Finalizamos o pedal no mesmo local de partida. No retorno encontramos o Cristian e o Ednei, fizemos questão de tirar fotos com os colegas de pedal. Fechei a aventura com 156,6 km e altimetria acumulada de 2463 metros. Espero retornar nesse pedal em condições melhores e com estrada seca, num futuro muito distante. A propósito, essa história de matar o Canela foi só pra zueira. Na próxima aventura ele estará conosco, se der sol.