segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Dejavu Da Volta do Litoral Norte

No último sábado fui convidado pelo Fernando para fazer um pedal até a praia de Itaguaçu, fomos filar um rango na casa dos pais dele. A princípio era pra ir eu e o Canela. Na noite anterior o Fernando falou que fez umas mudanças nos planos, deixou a patroa ir sozinha de carro e ele iria de bike, às 5 e lavai pedra da madruga o seu Eduardo Canela me enviou um Zap que não poderia ir, porque foi pro departamento médico. Sobrou para a dupla, o encontro foi no Parque da Cidade, em frente ao monumento do melhor crustáceo da região, o caranguejo.


Depois seguimos pelo Eixo Sul em direção às praias. Este pedal é um repeteco que fizemos bem recente, mas não tem problema em repetir pois é um belo roteiro. Na BR 280 em Araquari o transito já era intenso, a galera tentando chegar no litoral, e se refrescar do forte calor que estava já de manhã cedo.



Depois do linguado o Fernando sugeriu ir pela Praia do Ervino, achei que não ia convidar, já estava ansioso pra colocar um pouco de brutalidade no pedal, quando chegamos na praia, vimos o que nos aguardava, quase 20 km de estrada de lama, buracos, buracos e muitos buracos, pra quebrar a monotonia os buracos se alternavam com lamas, as vezes atuavam juntos. Em períodos de seca a estrada sofre com a areia solta, confesso que dessa vez senti falta da bike derrapando na areia, porque a lama deixou o pedal muito difícil e pesado.










Dava dó olhar para as magrelas e mais ainda pra essa dupla coberta de lama, MTB é isso mesmo. Ao avistar a prainha respiramos aliviados, porque a tortura estava acabando, dali pra frente era só curtir o asfalto, mas antes fomos dar um trato no visú, eliminando parte da sujeira, achamos um chuveirinho na praia, e demos uma lavada na roupa, acho que lavou até a alma. A água revigorou, dando força para os últimos km's antes do almoço.



Atravessamos a movimentada praia de Enseada, depois Ubatuba e finalmente Itaguaçu, onde a família do Fernando nos esperava, o seu Gilberto já estava limpando o peixe fresco, enquanto a dona Sandra já preparava o resto do almoço. Fui muito bem recebido pela esposa do Fernando e pela sua filha. Enchemos a pança com peixe frito, e depois de um merecido descanso na varanda, arrumei as coisas pra segunda etapa. O pedal do Fernando terminava ali, o meu ainda tinha um bom trecho, segui até a região de laranjeiras, pra fazer a travessia de Ferry Boat até a Vila da Glória, onde minha família me esperava na casa do meu pai. 







Na estrada passei por umas ruínas, me chamou a atenção, tirei umas fotos e deixei pra pesquisar sobre os restos da distinta residência. Encontrei umas informações no site: (http://wp.clicrbs.com.br/correspondentes/2013/01/15/ruinas-historicas-outras-ficarao-por-paulo-maluche) onde fala que "O Cabecinha" era o apelido de Domingos Francisco Francisques, que além de capitão mor, foi nomeado procurador do Marquês de Cascais. O Cabecinha se tornou o terror da ilha, acusado de assassinatos, foi condenado à pena de morte por enforcamento, claro que isso nunca aconteceu, apesar da vontade das autoridades, boatos contam que quando seu filho faleceu, ele tentou enterrar o seu enti querido em baixo do altar da igreja Matriz, como o  Frei Fernando se recusou, recebeu arbitrariamente a punição, os capangas de Cabecinha colocaram o vigário em uma canoa fora da Barra com a maré vazante provido apenas de uma porção de peixe seco. As ruínas continuam tocando o terror na galera, ainda se ouve histórias aterrorizantes sobre a construção abandonada. 
Deixando o filho do "coisa ruim" pra lá, cheguei com bastante antecedência no píer, o ferry boat já estava a caminho, a travessia dura cerca de 40 minutos, já imaginava o que iria fazer, me sentar e tirar um cochilo, como da última vez que atravessei aqui.










No outro lado se formou uma trovoada, pedalei até a Vila da Glória, cheguei antes da chuva, estava bem cansado por causa do calor e da parte do Ervino, mas é revigorante encontrar a família. Ficamos na Vila até domingo, retornamos depois do almoço. Como estava de bike saí antes da minha esposa, ela me alcançou nas subidas dos morros depois do Estaleiro. Fez umas fotos e umas tomadas externas. Ela me esperou pra atravessar o Ferry Boat pra Joinville juntos. 





Com o radiador fervendo, esvaziei uma garrafinha de água na cabeça, nem assim refrescava. Mas não posso reclamar, estava fazendo o que gosto. Da Vigoreli até em casa procurei uma barraca com Caldo de Cana, e não encontrei nenhuma, e pior que já tinha dado o último gole de água. Os dez km derradeiros foram na secura. Cheguei em casa e fui direto pra geladeira, por pouco que não entrei e fechei a porta. Foi um fim de semana muito bom, com amigos, família e pedal. Agradeço ao Fernando pelo convite ao seu Gilberto e a dona Sandra pelo almoço, à minha esposa que fez vácuo com o carro pra poupar um pouco das minhas energias. Mais 150 km de pedal pras contas. 


Abraços e até a próxima aventura.


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