quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Colônia dos Castelhanos

Quando a presepada ciclística está se voltando a níveis normais vem alguém com um irrecusável convite, subir a serra de Curitiba e adentrar à Colônia dos Castelhanos, situada nos municípios de Guaratuba e São José dos Pinhais no estado vizinho. Diante da louca ideia que foi tomando corpo durante a semana, combinamos detalhes e até umas espiadinhas na net pra ver o que o pessoal falava a respeito. Saímos de Joinville, Wilson, Luciane, Pedro, Itamar, Canela e eu, em Garuva um trio que veio de Guaratuba incorporou ao grupelho, Bruno, Jedael e Keke. A trupe estava completa e seguimos em direção a serra, que por sinal estava bem movimentada com caminhões. 









Fizemos a paradinha na curva da santa pra abastecimento de água e também uma esticadinha nas pernas, mais umas subidinhas e logo já estaríamos na entrada da colônia. Este local fica quase em frente ao Morro dos Perdidos (também uma excelente pedida para um pedal hard). A tal da Colônia Castelhanos reserva certos mistérios, um deles, está na origem do nome, diz a más línguas que no início do seculo XX o local recebeu uns fugitivos criminosos espanhóis por isso recebeu o nome de Refúgio dos Castelhanos, depois mudaram para colonia Castelhanos (http://www.guiasjp.com/noticias/cultura/conheca+seu+bairro+colonia+castelhanos/65846) hoje a comunidade é organizada em forma de cooperativa e vivem principalmente do cultivo de  bananas e outras frutas da região.
Na entrada, ainda na Rodovia 376 tem uma lanchonete, já conhecíamos o local e fizemos um lanche antes de descer as morrebas até quase o nível do mar. 



O Itamar estava "mar" depois de um período de ressesso e férias do pedal, acabou passando mal e com muitas câimbras, abortou logo no início da colônia, sábia decisão, pois se descesse poderia aumentar ainda mais o problema no retorno que seria a subida. O Wilson passou um spray e ele retornou pra lanchonete que estava a mais ou menos um km dali. Combinamos que ele nos esperaria e iríamos fazer o retorno juntos. Porém depois de um descanso ele se sentiu seguro pra retornar sozinho. Deixou um recado com o dono da lanchonete e partiu.


Próximo a placa de indicação um cachorrinho abandonado nos chamou a atenção, de pequeno porte e muito arisco, subiu correndo em pequeno trilho e entrou no mato. Mais tarde conversando com um morador local, pedimos uma informação do roteiro e ele falou que a estrada iria retornar e passar bem na curva do cachorro abandonado. O pequeno canino já está famoso na região.









A região parece que parou no tempo, longos trechos sem casa, a paisagem é bucólica e muito linda. Vários rios cortam a região e paramos em um deles pra um banho.





Paramos em um botequinho e tomamos o único refrigerante de abacaxi que tinha gelado, acho não esperavam visitas, ainda mais 8 ciclistas sedentos por algo gelado. 








Depois do bando de rio retornamos pelo mesmo caminho, ou seja teria toda a subida pra fazer.








O calor estava forte, eu o Canela e o Keke acabamos ficando pra trás. Fizemos um descanso em uma sombra, encontramos um carro parado com uma família de Curitiba, pediram informações sobre o Castelhano, e não conseguiram esconder sua admiração e curiosidade pelo que estávamos fazendo, com várias perguntas, sobre ciclismo e também se éramos malucos, de repente um deles tira uma Garrafa de Coca Cola do carro e diz: querem uma coca geladinha? até chorei kkkkk....... nos serviu e a sua família. Tomamos a deliciosa bebida gelada e após os agradecimentos pelo carinho retomamos as subidas intermináveis.







Reagrupamos e retornamos pra lanchonete do início onde mandamos ver no pão com ovos duplo servidos no local, um dos melhores da região, ou era a fome que deu o toque principal. Começou a dar uns pingos de chuva, eu e o Canela os únicos com corta vento, vestimos e começamos a descida da serra. 




Combinamos reagrupar no SAU da Auto Pista, pra filar um café e também nos despedir dos amigos de Guaratuba. O Keke teve seu pneu furado. Ainda bem que estava em lugar seguro.





Fizemos a última foto com o céu ao fundo demonstrando o que nos aguardava. Foi só chegar em Garuva e despencou o maior temporal, por isso que dizem que descendo a serra, Garuva fica à primeira chuva à esquerda, e pra não ter erro, Joinville fica à segunda chuva. Choveu forte durante a passagem pela rodovia, depois amenizou um pouco. Mas os ultimos 35 km foram em baixo d'água. Cheguei em casa cansado mas feliz, foi um pedal desafiador com 166 km e 2541 m de altimetria acumulada. Ainda tive forças pra ir no aniversário do filho do meu primo. Afinal uns brigadeiros ajudam na reposição energética. 

Abraços e até a próxima aventura.

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