quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Morro das Antenas

Senhores só pra justificar a vadiagem de se ter um pedal em plena quarta feira é que estou de férias, e  nada melhor que pedalar. Acordei às 05:30 da matina me preparei e tomei um demorado café. Quando sai na rua o tempo estava fechado com cara de chuva. Como fiz uma cirurgia no olho na semana passada, ainda não poderia receber água em excesso, justamente por isso  não pensei muito e cedi a tentadora proposta de voltar pra cama. Voltei com a roupa de ciclismo mesmo. Dormi até às 08:00 horas. Quando acordei vi o sol entrando por uma frestinha da cortina. Pronto, bora pedalar. O destino não poderia ser melhor para um dia de sol. Subir o Morro Boa Vista ou Morro das Antenas nas terras do Alemon em Xaraquá do Sul, pela segunda vez. A proposta era ainda subir outras morrebas, além da já citada, isso se sobrasse pernas, é claro. Rindo sozinho por ter voltado pra cama, tive o prazer de ver as paisagens da rodovia do Arroz iluminada pelo astro rei. E uma paradinha providencial pra reforçar o café no Posto Brudertal em Guaramrim.




Mais uns giros e cheguei na BR 280, da rodovia já dava pra avistar o assustador Morro, a imponência da montanha serve de ponto de referência à cidade. Sem perder o morro de vista segui pela BR 280 até o trevo de acesso à Massaranduba, onde entrei na SC 108 e logo em seguida virei a direita pela Ilha da Figueira, pra fugir do tráfego intenso de caminhões. Com a aproximação da montanha, o coração acelerava ainda mais, influenciando o ritmo do pedal. De vez em quando tinha que dar uma acalmada na euforia e diminuir a velocidade pra poupar energia pra subida.




O Morro das Antenas é o ponto alto da expedição, quando falo alto não é metafórico não, segundo o Strava, subi 849 m. De acordo com o site http://aventrilha.com.br/5-subidas-mais-dificeis-brasil-strava/ o referido morro é a quinta subida mais difícil do Brasil. Isso deixou o coração deste aventureiro ainda mais faceiro. O desafio de subir este morrinho é sem igual, a realização quando se chega lá em cima é imensa. A vista então, é um espetáculo. Já de cara quando se entra na estrada de acesso começa a subida, a princípio bem malandra, depois o bicho pega. Com o sol torrando nas costas fui girando, com o objetivo de pedalar os quatro quilômetros até a Igreja Chiesetta Alpina sem empurrar. Depois da igreja seria outros quinhentos, tem trechos praticamente impossível de pedalar devido à inclinação. 








Aqui é uma das partes críticas, aqui neguinho chora e mamãe não vê. Essa parte é difícil vencê-la. Mas o concreto do chão cria boa aderência do pneu. Logo depois de uns "S" chega à igreja, uma bela construção em memória da Fé dos imigrantes, veja mais informações em http://www.jedbike.com.br/2016/05/morro-das-antenas-jaragua-do-sul.html.







Depois de um breve descanso, segui pra parte mais difícil da subida, porém com menor extensão, pouco menos de 2 km. Pedalava quando podia, e empurrava aos trancos e barrancos a Monaliza morro acima. A lembrança ativada na primeira vez que subi com a galera. Como hoje estava sozinho pude refletir bastante e conversar comigo mesmo. Se me perguntarem porque gosto tanto de escalar as montanhas de bike, diria três razões. 1ª me sinto mais próximo do céu, 2ª lá de cima se avista o vale, uma boa indicação pra mostrar de onde eu vim e 3ª mostra que o esforço e dedicação aos treinos pode nos levar a lugares fantásticos. Por estes motivos estou sempre a procura de uns morrinhos por aí. A estrada segui num revezamento contínuo de pedras soltas, buracos e inclinação forte, por vezes os tres simultaneamente, o que dificultou bastante a descida. 









 










Depois de um demorado e merecido descanso fiz um lanche, liguei pra esposa, percebi que o tempo estava mudando, no horizonte já tinha formação de nuvens e o vento estava frio e cada vez mais forte. Tratei de começar a descida, pensando se continuaria o roteiro por outros morros ou não, posterguei minha decisão até que descesse toda a montanha. Ao chegar lá em baixo percebi que a chuva estava bem mais próxima e tratei de correr pra casa que fica uns 40 km de distância. A tormenta estava se formando atrás de mim, sempre ao meu encalço vi que não chegaria em Joinville com as roupas secas, a menos que parasse em algum abrigo e esperasse a chuva passar. Fiz umas fotos do Morro visto já da Rodovia 280 em Guaramirim, já estava encoberto pela chuva, isto me convenceu a parar no primeiro posto de gasolina pra me abrigar. Quando cheguei no posto a chuva me alcançou.



Na parada vi que a chuva persistia, fiz um disk esposa, ela preocupada que eu ainda não poderia molhar os olhos me fez uma proposta indecente, ir me buscar, meio a contra gosto, aceitei a carona. Fechei o pedal com pouco mais de 62 km. Mas foi uma sábia decisão. Em outras situações teria voltado pedalando. Enquanto esperava, a chuva não dava trégua. Entretido com o jogo de futebol da seleção masculina que passava na TV da loja de conveniência, saboreando o 6 X 0 sobre a Honduras nem vi o tempo passar. Logo chegou minha carona.



Essa foi a aventura do dia, este pedal é daqueles que faria tudo de novo. Abraços e até a próxima aventura.




4 comentários:

  1. Boa Jed...
    Muito massa o relato! Um dia eu subo também
    Abração
    Sidnei - SBS

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    1. Obrigado Sidnei, na nossa região tem muitos lugares lindos. E aí em São Bento do Sul não é diferente, curto muito os pedais por aí.

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  2. Belo relato. O local realmente é espetacular. Já subi muito de carro por motivos de trabalho e até para fazer um voo duplo de parapente. Um dia vou tentar. Parabéns!!!

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    1. Obrigado seu Antônio, o local vale a pena. Pro senhor isso vai ser moleza. Abraço

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