quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Déjà vu Morro das Antenas

Não é por falta de opções e desafios, nem pouca criatividade. Repetir esse pedal é no mínimo uma demonstração de carinho pelo lugar. Na semana passada fiz a Morro das Antenas em Jaraguá do Sul e deixei uns amigos com vontade de fazer, o Fernando programou a folga semanal dele e me enviou um convite pra subir novamente. Como estou curtindo a ultima semana de férias topei o desafio, chamei o Canela, o Cleber, o Valdecir e o Itamar. Marcamos de nos encontrar no pórtico, na hora da saída recebemos mensagem do Fernando que a pessoa que cobriria a folga dele não foi trabalhar e o chefe intimou ele pra comparecer na empresa. O Itamar se perdeu no calendário achando que o pedal seria daqui a uns quinze dias. Pronto sobrou o quarteto, o Eduardo era o único que tinha compromisso com o trabalho que se inicia as 14:18 horas. Com os desencontros do Itamar acabamos saindo um pouco atrasados, mas não tem problemas, a galera estava com sangue nos olhos. Chegando em Guaramirim a bike entra automática no posto pra um cafezinho.


Dos quatro eu era o único que conhecia o local e seria o guia. A serração estava bem forte, o que impedia a visão do morro vista da rodovia, não permitindo sofrimentos antecipados. Aos poucos o sol deu o ar da graça, e quando chegamos no pé do morro já havia dissipado o nevoeiro. Mas o frio persistia, logo nas primeira subidas, antes mesmo de aquecer o esqueleto, furou o pneu da bike do Cleber. Desconfiamos que foi sabotagem, pra descansar a subida. Na verdade essa galera chora mas não se entrega.



Mais umas curvinhas e algumas subidas de tirar o fôlego atingimos quatro quilômetros chegando à Igreja Chiesetta Alpina. A nossa sorte que a neblina foi embora mostrando um dia ensolarado, apresentado aos aventureiros uma bela panorâmica da Jaraguá do Sul. Fizemos uma paradinha na igreja pra repor a água e fazer um lanche. 










Os três estavam encantados com a beleza do local e do desafio, mas a pior parte estava por vir. Até aqui foi pedalado todo o trecho, daqui pra frente o negócio fica bruto. Seguimos do jeito que dava, devido à umidade, na parte mais fechada com mato, o piso estava molhado e escorregadio, a bike patinou e perdi o controle indo pro chão antes mesmo de desclipar o pedal. Mais rápido que o tombo foi o levantar, antes que os clics das câmeras dos amigos entrassem em ação pra registrar o momento. Depois da igreja subimos os 1600 metros até as antenas e ao lado o local de salto de parapente, descansamos, tiramos umas fotos e descemos pra não comprometer o horário do Canela.


 Socorro, me segurem, estou escorregando....












 Depois da descida fizemos um lanche no posto de gasolina que fica na entrada do morro, e partimos daquele jeito, não quero que ninguém leve advertência do chefe por chegar atrasado no trampo. Até ofereci o serviço de Disk Esposa pro Canela, mas ele não aceitou. Quando chegamos na SC 108 que dá acesso a Massaranduba o Valdecir passou pra ponta e depois da ponte um desnível no asfalto levou nosso amigo pro chão, estava mais ou menos a 32 km/hora. Na hora ele ficou sentado no chão meio sem entender o que aconteceu. Demos uma checada pra ver se não faltava algum membro, como um braço ou um dedo, e constamos que o capacete salvou a cabeça do Valdecir. O capacete quebrou mas protegeu. Aí não teve jeito, aquele disk esposa estrou em ação. Fomos girando mais devagar e na Rodovia do Arroz a minha esposa nos alcançou. Eu sugeri a carona pro Canela por causa do horário e pro Valdecir pra ver se precisava ir ao médico, mas ele disse que tava legal e foi pedalando mesmo, o ombro estava um pouco dolorido. Mas foi até o final. A Andreza levou o Canela em casa e chegou em cima do laço no trabalho. Eu, o Cleber e o Valdecir ainda fizemos uma reposição de energia num caldo de cana. Seguimos felizes pra finalizar os últimos km's da trip louca. Com um senso de dever cumprido e uma lição aprendida, usar o capacete sempre. Se não estivesse usando o equipamento de segurança o estrago seria grande.


Obrigado aos parceiros pela companhia, obrigado ao Fernando pelo convite, mesmo não podendo ir foi lembrado lá no alto nas antenas, obrigado a dona Andreza pelo apoio. Ao Itamar um lembrete, usamos o calendário Gregoriano, caso esteja com outro, fazer a devida troca pra não perder as datas dos pedais malucos.

Abraços e até a próxima aventura.


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