terça-feira, 19 de julho de 2016

Pedal Festival de Inverno Campo Alegre

Domingão com temperaturas perto de zero e sensações térmicas ainda pior. Partimos às 04:00 horas da matina rumo à Campo Alegre. Fizemos o tradicional Bonde onde o quinteto formado por Limas, Eduardo, Ravache, Ivonei e eu pedalamos serra acima, onde quase congelamos. Chegando em Pirabeiraba pegamos um vento deveras estranho pra região. Confesso que me assustei com a força da ventania, em alguns devaneios otimistas a galera repetia que próximo da serra não teria vento, sabe nada inocente. O vento gelado canalizava pela serra uivando maliciosamente nas orelhas do intrépido quinteto, que num esforço descomunal pedalava um metro pra frente e era arremessado outro pra traz. Chegamos no mirante e o nascer do sol nos brindou com seu espetáculo, mas o frio era de doer na alma. Enquanto esperava pra reagrupar, não dava de ficar parado e incrementamos uns polichinelos pra manter os esqueletos aquecidos. 





Depois da serra o Ivonei e o Ravache abortaram o pedal por problemas técnicos. O grupo sofreu a baixa e seguiu em frente pra se juntar a outros 250 bikers em Campo Alegre, onde enfrentariam o frio e o vento como companhia por todo o pedal. Depois da serra fui caçando um local onde pudesse apreciar a geada, encontrei numa sombra uma geadinha marota, o sol já havia derretido a maior parte.



Chegamos em Campo Alegre bem cansados e com muito frio, paramos na lanchonete Alto da Serra, já somos fregueses cativo do local, tomamos um café pra aquecer. Depois vimos que já passavam das 08:40 da manhã, o pedal da Festa de Inverno sairia às 08:30 do calçadão no centro, o vento foi o responsável pelo atraso, mas corremos atrás do pelotão e alcançamos não muito longe do local de largada. 


Logo o pelotão deixou a estrada e entrou numa fazenda da Oxford, o local é muito bonito, com lago e pinheiros. A estrada é bem desafiadora, tanto pelos morros quanto pelas pedras soltas. Por várias vezes perdia solo e a bike patinava. Era necessário buscar outro ponto pra pedalar novamente. 







No ponto de hidratação o pedal se dividiu em duas categorias, a Light e a Pró. A primeira com 25 km e a segunda com 55 km. Ambas com bastante morros e a visão privilegiada de belas paisagens. Seguimos num sobe e desce certos de que o retorno seria cansativo, pois daria uma volta e retornaria pela mesma estrada. Passamos por minas de extração de argila para cerâmica também da Oxford, com seus lagos com águas verdes. 






Depois nos embrenhamos novamente nas plantações de Pínus, a grande oportunidade deste pedal foi pedalar por estes lugares, em fazendas fechadas ao público, isso engrandeceu muito o evento. Retornamos para a estrada principal e parecia um asfalto, comparado as estradas da fazenda. O meu senso de direção entrou em parafuso quando avistei a placa de divisa de São Bento do Sul e Jaraguá do Sul e logo na frente Jaraguá do Sul e Campo Alegre. Fiquei totalmente desorientado.



Retornamos ao ponto onde houve a separação das categorias e seguimos pelo mesmo roteiro do pedal Light, na verdade de Light só a distância, porque o pedal também era bem desafiador. Vários morros e depois entrou em outra fazenda, nova mina e nova plantação de Pínus. a paisagem se repetiu e os desafios também.



Depois da última fazenda pegamos a estrada que sai no centro de Campo Alegre, finalizando o pedal e partindo para o almoço, já passavam das 14:00 horas quando chegamos no centro e isso porque eu e o Canela estávamos no primeiro pelotão, foi um pedal muito difícil e também muito recompensador. Chegamos na avenida principal e encontramos os amigos de Joinville que fretaram a van do seu Vitório com reboque para o evento. Soubemos que estava sobrando três vagas. O veículo sorriu tentadoramente pra nós, e acabamos cedendo ao convite de colocar as bikes no reboque e voltar no conforto do carro abandonando a louca ideia de vir pedalando.


A foto acima é uma foto antiga de um outro pedal, mas mostra o cuidado que o seu Vitório tem pelas bikes, recomendo o serviço. Enquanto as bikes eram organizadas e amarradas no reboque, aproveitamos pra almoçar. Voltamos pra Joinville com a certeza que foi a escolha certa pegar a condução. Estava muito cansado, o vento contra e o morros minaram minhas energias, percebi isso quando chegamos na expoville e tive que pedalar mais quatro km até em casa. O retorno era para ser pedalando, porém cheguei em casa feliz pelo desafio. Foram 2986 metros em ganho de elevação e 127,5 km de pedal. 

Abraços e até a próxima aventura.

5 comentários:

  1. Cara demais teus relatos de pedal. Tu se utiliza de recursos poéticos em algumas falas, o que enriquece e nos faz deleitar com vossa leitura. Demais mesmo. Grande pedal, na qual fiquei apenas no apoio, por problemas físico-técnicos, mas foi demais também passear no quadriciclo hehe.
    Abraços ao prefeito da Jedlândia...

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  2. Andreza P. P. Eleuterio20 de julho de 2016 às 17:13

    maravilhoso relato e paisagens

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