domingo, 11 de dezembro de 2016

Morro do Amaral ou Lamaçal

Desligando todas as informações possíveis sobre previsão do tempo, resolvi encarar a aventura com o Grupo Pedal Sem Rotina, diversão garantida com sol ou chuva, partimos do pórtico em direção ao Morro do Amaral, lugar que ainda não conhecia. O roteiro consistia em visitar o tal Morro do Amaral, que não é morro, na verdade, fica no outro lado da Baía da Babitonga de frente pra o Espinheiros. Após o passeio na "praia" teria a subida do morro da antena, esse sim era morro e por último uma paradinha na padoka pra comer chineque. Programa originalmente joinvilense, bike, chuva e chineque. 






Já nos primeiros km's um furo de pneu, aconteceu em frente a um posto de gasolina, o que ajudou muito pra fazer a calibragem correta. Passamos no Mubi (Museu da Bicicleta) nosso orgulho, único na América Latina e seguimos para a zona sul. 



Durante a semana o Cemim (organizador do pedal) relatou umas histórias um tanto exóticas sobre o local, o que se confirmou com a nossa chegada ao referido lugar. Histórias de boi correndo atrás de ciclista e motoqueiro fazendo todo mundo parar pra tirar fotos embalaram a galera para o pedal na expectativa de que novas experiências acontecessem. Já na entrada do bairro a lama nos recebeu, sugiro alterar o nome do longínquo bairro de Morro do Amaral para Morro do Lamaçal, sorte a minha que a camisa que eu usava era da cor da lama, ou seja, cor de caca de neném. 





Emporcalhados e ainda assim com sorrisos na cara chegamos na prainha, um belo local com restaurantes, uma igreja e alguns bares desproporcional ao numero de habitantes, casas de moradores e pescadores. Apesar da sujeira valeu a pena pedalar até lá. Um dos caras no bar gritou se alguém queria fazer a travessia, como nosso roteiro era outro resolvemos deixar o serviço de barco pra um outro momento, mas eu me interessei com o serviço do prestativo bebum e fui falar com ele. De olhos vermelhos, com a voz enrolada ele disse: " sou eu ic que faço ic a travessia ic, pode ic me chamar ic a qualquer ic momento ic" senti muita segurança no transporte, colocar a bike numa bateira sem colete salva vidas pilotada por um cara bêbado era no mínimo viver a vida louca, ou viver perigosamente, descartei a possibilidade de me embrenhar pelo atalho hídrico e voltei pela estrada enlameada mesmo, chego em casa sujo, mas chego vivo pra contar a história. 













Retornamos pelo mesmo caminho até a entrada onde mais uns km's teria o tal morro da antena, paramos pra reagrupar ao lado de um bar, onde uma música melosa quase nos fazia chorar, uma senhora, também com cara de quem já tinha bebido acima do recomendado pra sua idade, veio nos perguntar se a corrida era pelo campeonato catarinense ou joinvilense, pagamos o maior migué pra mis bebum, e a cara de espanto quando falamos que era pelo brasileiro, saímos logo antes que a mentira fosse descoberta, dando rizadas da situação. Bem que o Cemim falou que o local era exótico. 
Nos aproximamos do morro da antena e por se tratar de uma propriedade particular o Rafa e o Cemim foram em busca da senhora proprietária do local e que mora bem na entrada do morro, para nossa falta de sorte a senhora não estava em casa, resolvemos só tirar fotos do local e voltar em um outro momento pra subir e ver a vista lá de cima.





Destaque da antena ao fundo.

Meio decepcionados por não subir na antena o Carlos conhecedor das redondezas propôs um atalho, um tanto enlameado mas muito divertido. Passando ao lado do trilho do trem, pra completar a diversão só faltou a passagem do trem. Saímos ao lado de uma igreja o padre estava chegando na hora, foi logo tirar foto com a turma imunda e ainda abençoou a galera, segundo uma das ciclistas o padre estava muito cheiroso. Mais engraçado foi o padre dizendo: "eu ouvi hein". 








A roupa preta do padre correu o risco de ficar marrom, esperamos que o simpático clérigo se sinta motivado a comprar uma bike e pedalar por aí. Continuamos pagando nossos pecados nas lamacentas  e desertas ruas subindo e descendo morros até que vimos sinais de civilização. 





Longe da lama passamos num posto de lavação, um simpático jovem estava lavando uma moto e perguntou se não queríamos que lavasse as bikes, aceitamos sem muita cerimônia. Em poucos minutos ele tirou toda a areia que tinha na corrente e relação. Deixou a bike limpinha contrastando com a sujeira das roupas e do rosto. Como tinha um compromisso me despedi da galera no bairro Itinga e segui carreira solo para casa. O pessoal seguiu até a padaria pra comer chineque. Faltando 10 km pra chegar em casa o pneu traseiro furou, após a troca fui encher e a bomba deu problema, o ar voltava, acho que o embolo da bomba ressecou, era impossível  de encher, não tive a sorte de furar em frente ao posto de gasolina, o negócio é empurrar, como o tempo estava escasso, fiz um disque esposa, meio a contragosto foi me buscar. 


Com o tempo que perdi tentando encher o pneu e esperando o socorro chegar dava pra comer uns quatro chineques com a galera, mas estes imprevistos acontecem. Finalizei o pedal com 56 km feliz por conhecer um cantinho novo da cidade em ótimas cias. Cheguei em casa tomei um banho rápido e e fui pro churras de encerramento do ano da Equipe Jedbike. Cheio de história pra contar pros amigos que correram da chuva. 

Abraços e até a próxima aventura, espero que seja sem lama.

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