segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Rio do Júlio ao Contrário


Como diriam uns amigos ciclistas, Rio do Júlio já é desafiador, ao contrário então nem se fala, e com chuva potencializa o grau de dificuldade. O Valdecir teve a brilhante ideia de marcar o pedal que seria uma comemoração do Audax 200, como foi cancelado, fizemos a comemorativa mesmo assim. E assim ficou definida a data. Nas ultimas semanas a chuva tem sido constante em nossa querida Chuville, fazendo alguns bikers desistirem da empreitada nas vésperas do evento. Um wahtsapp pro Vandeco e decidimos manter o cronograma, cientes da loucura que estávamos prestes a cometer. No pórtico de Joinville às 06:30 da matina fria e molhada,  apareceram os destemidos Valdecir, Fernando, A kiane que veio lá das terras Francisquenses, e eu. No Caminho ainda o Giba incorporou a trupe, formando o quinteto fantástico com super poderes, o de sentir frio e não reclamar.
Nossa largada não foi a das melhores, atrasamos devido a um furo no pneu da bike da Kiane, trocamos a câmera, e não conseguimos calibrar o pneu no posto, o bico não encaixava, então o negócio é encher na bombinha mesmo, isso ajuda a aquecer. Como era um pedal comemorativo, fui de Smoke pra zueira da galera que não perde uma.











Seguimos pela Estrada Blumenau que por sinal estava em excelente condições pra pedalar, subimos a Serra das Duas Mamas, já nas primeiras subidas parei pra ouvir o som de um Bugio, com seus gritos que se ouve a quilômetros, com certeza cortejando uma fêmea ou mostrando quem manda no pedaço. Depois da aquecida na subida  vestimos os corta ventos e descemos a Serra do Canivete, fizemos aquela paradinha básica no Posto Mimi em Schroeder, o qual emporcalhamos o limpo e brilhoso piso da loja de conveniência. Tomamos um café e nos abastecemos de lanche pra viagem, pois ali é o ultimo ponto de provisão. Da janela olhávamos a chuva forte que caía lá fora, e a vontade de abortar ou apertar um botão de teletransporte até a minha cama SQN. Viemos pra pedalar e é isso que vamos fazer.


Depois disso começa a brincadeira de verdade, a subida do Rio do Júlio, já de cara quase 12 km subindo ao estilo de "ao infinito e além", pra ajudar começou a trovoada, os trovões ecoavam nas montanhas elevando ainda mais os riscos. O negócio é baixar a cabeça e fazer o que mais gostamos, pedalar, olhando pra roda pra não ver a subida escondida após a curva. 







Em épocas de tempo bom é possível ver a cidade através destas clareiras. Subimos até a cachoeira onde seria um ponto de descanso, apesar da chuva consumi bastante água, e aproveitei a água correte da cachoeira que desce, atravessa a rua e despenca em um despenhadeiro, pena que não se tem muita visão do espetáculo.








Aqui é metade da subida, falta mais um bocado de quilômetros serra acima pra chegar no marco zero que também é a divisa de municípios de Schroeder e Joinville, depois daqui é só descida, hahaha pegadinha do Malandro. ieiê. Tem um sobe e desce, ou mais sobe do que desce. 









Paramos na represa Rio do Júlio pra abastecimento de água, tem uma torneira do lado de fora pronta pra servir qualquer ciclista com sede. Em um outro passeio pela região vi essa represa transbordando pelo vertedouro, formando uma bela cachoeira.



Passamos pela igreja e subimos a pequena colina pra tirar uma foto do local que é um cartão postal da região. Pena que não pegamos o período de floração das Hortências.








Após o descanso voltamos a lida. Aproveitando que a chuva deu uma trégua. Não deu pra curtir muito a estiada, quando chegou na fazendo Rio do Julio caiu água novamente, e muito mais forte que antes.






E não foi só a chuva que veio, também a subida, da fazenda pra frente vem outro mais sobe do que desce, cada curva uma nova surpresa, mais subida. A chuva foi tanta que tive que ensacar a câmera, o celular e a carteira, desse ponto em diante foi impossível tirar foto. Perdi o momento em que um dos nossos amigos rebocou a Kiane com um cipó. Reboque sustentável para um veículo igual. Assim com muita chuva chegamos na serra Dona Francisca. Descemos toda a serra em baixo de uma chuva torrencial. O frio intenso fez com que as mão ficassem duras, dificultando o controle da bike, por segurança descemos bem devagar, nos deixando ainda mais tempo exposto à friaca. Quando terminamos a descida fura o pneu da bike do Fernando. A parada serviu pra tirar um pouco a tenção do grupo. Seguimos pra BR 101 e perdemos o Fernando achamos que o distinto ciclista foi por dentro de Pirabeiraba, aguardamos mais um pouco e o Valdecir voltou e não encontrou. Liguei e não consegui contato, então fomos pro ponto de encerramento, o mesmo lugar da largada. Não demorou muito pro guri chegar em uma corrida de recuperação, falou que o pneu estourou. Foi um dia mais que desafiador, subimos mais de 800 m acima do nível do mar, passamos frio e vencemos juntos, a parceria sempre prevalesse. Foram 120 km que valeram por 180. É a terceira vez que faço esse pedal esse ano, confesso que as outras vezes não cansei tanto.

Abraços e até a próxima aventura.

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